Foi um macaco de Gibraltar como este que mordeu o jovem rei Alexandre I da Grécia em outubro de 1920.

A dinâmica do incidente não é muito clara: se o macaco foi provocado pelo cão do soberano ou se atacou o rei de forma independente.

O fato é que a ferida foi grave desde o início. O braço de Alexandre foi amputado, mas não foi suficiente para evitar a propagação da infecção que degenerou em septicemia, levando o soberano à morte, com apenas vinte e sete anos, após duas semanas.

A Grécia naquela época estava numa posição bastante delicada.

Alexandre I fez com que seu país entrasse na guerra ao lado da França e do Reino Unido contra a Turquia.

Uma vez concluído e vencido o conflito, o Tratado de Sèvres garantiu alargamentos territoriais significativos ao reino da Grécia.

Após a morte de Alexandre, sem herdeiros diretos e após a recusa de seus dois irmãos, assumiu seu pai Constantino I, retirado do exílio.

O regresso de Constantino, pró-Alemanha e a um passo de intervir na Guerra Mundial ao lado da Tríplice Aliança, não foi apreciado pela França e pelo Reino Unido que, naquele preciso momento, apoiavam a Grécia na guerra contra a Turquia.

Portanto, apesar da opinião dos aliados ocidentais, um plebiscito sancionou o retorno de Constantino ao trono.

Os efeitos imediatos foram a desvalorização do dracma e o fim do apoio da França e do Reino Unido.

Os reveses militares pioraram as coisas. O exército turco, graças também ao carisma de Mustafa Kemal Ataturk, que conseguiu reunir em torno de si um amplo consenso, derrotou o exército grego e reconquistou definitivamente Esmirna em 9 de Setembro: mais de um milhão de gregos foram expulsos da Anatólia, pondo fim à mais de três mil anos de presença grega na Ásia Menor.

Churchill disse naquela ocasião que: “um macaco matou um rei e 250.000 gregos”.