UMA IMPRECISÃO NA AGENDA VERDE
Sábado publiquei aqui um artigo sobre o ‘Alumínio’ verde.
Mas depois me lembrei que, embora a produção do Alumínio seja considerada verde, não usa combustíveis fósseis na produção, a cadeia ainda não é verde.
Em primeiro lugar vamos a linha de produção do Alumínio, a mineração da Bauxita e a transformação desta em Alumina. O Brasil tem a terceira maior reserva mundial deste mineral e é o terceiro produtor de Alumina. Tanto a mineração quanto a produção de Alumina não são, no Brasil pelo menos, ‘verdes’. A Bauxita no Brasil tem 2 grandes minas, ambas no Pará. A de Juriti, da ALCOA tem toda a energia necessária gerada a partir de óleo diesel. A Da Norsk Hidro, em Oriximiná, pelo menos na mineração, tratores, locomoção e carga nos navios também usa o diesel. E o transporte de ambas é por navio, movido a combustível fóssil. Então a Alumina hoje em dia não pode ser considerada ‘verde’.
No passo seguinte, a transformação do Alumínio em objeto de consumo também não é totalmente verde. O Alumínio é um metal com alta reciclagem. Não perde nenhuma característica mecânica e o Alumínio reciclado custa bem menos do que o virgem. E os recicladores de latas e outros objetos de alumínio podem usar combustíveis fósseis na reciclagem.
Também a aplicação final dos objetos, fabricação de latas, perfis e fios elétricos também ainda não são ‘verdes’, bem como o transporte dos mesmos.
Mas pelo menos a etapa principal desta importante cadeia de consumo é ‘verde’.