UMA HISTÓRIA DE ACM, O REI DA BAHIA

Antonio Carlos Magalhães foi o “Rei da Bahia”, participando de todos os governos do Brasil, durante a ditadura, sendo preferencialmente no Ministério de Comunicações, e quando caiu a ditadura, participou do governo, durante o primeiro presidente “servil”, Sarney.

Itamar era ético. Aceitou ser Vice-Presidente na chapa de Collor, mas desde o primeiro momento, deixou de apoia-lo.

ACM perdeu todo o poder que tinha quando Itamar virou Presidente e, pior, viu inimigos ocupando cargos, inclusive baianos.

O fato foi que o então governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, fazia sucessivas denúncias sobre corrupção no governo. Essas tais denúncias, se voltavam contra Jutahy Magalhães, então ministro de Itamar.

ACM, certo dia, desafiou Itamar a recebê-lo no Planalto. Disse que iria comprovar o que denunciava “com documentos sobre quem e onde se estava roubando o público”.

O presidente topou. Mineiro astuto, Itamar tomou precauções e pediu ao ministro da Justiça Mauricio Correa para testemunhar o encontro. E mais: deixou os jornalistas que cobriam o Palácio do Planalto de plantão na porta do gabinete.

ACM chegou sobraçando uma pilha de documentos. Estranhou, contudo, a presença de Correa. Pedira uma conversa particular. O quadro foi constrangedor. Antonio Carlos Magalhães emudeceu. Abreviou o mais que pode a conversa.

Itamar pediu os tais os documentos. ACM largou-os na mesa, quando a imprensa teve acesso. Viu-se então que eram apenas coleções de recortes de jornais. Não havia qualquer documento de prova.

Normalmente bem corado, o que se viu naquele instante foi um ACM sem cor, branco, inteiramente desorientado. Totalmente arrasado. Desolado.