O INÍCIO DA QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO

A Batalha de Adrianópolis, ocorrida em 9 de agosto de 378 d.C., foi um marco na história do Império Romano e é frequentemente considerada o início do seu declínio. Este confronto ocorreu no contexto de uma crise interna causada por problemas administrativos e tensões crescentes entre romanos e povos bárbaros que buscavam refúgio nas fronteiras do império, como os godos.

Os godos, liderados por Fritigerno, haviam sido pressionados a se deslocar para o território romano para escapar de outros povos nômades, particularmente os hunos. Inicialmente aceitos como refugiados, os godos sofreram com a corrupção e a negligência dos administradores romanos, que dificultaram o acesso deles a recursos básicos e abusaram da população. Essas tensões se agravaram e levaram ao conflito aberto.

O imperador romano Valente, que comandava cerca de 30.000 soldados, subestimou a capacidade militar dos godos e optou por atacar sem esperar o reforço do exército de seu sobrinho, o imperador ocidental Graciano. A decisão de enfrentar os godos sem apoio foi fatal. Os godos, em menor número, mas com aproximadamente 20.000 guerreiros experientes, conseguiram vencer graças a uma estratégia astuta, utilizando táticas de emboscada e fazendo uso da cavalaria pesada.

A derrota romana foi devastadora, e o próprio imperador Valente foi morto na batalha. Estima-se que mais de 10.000 soldados romanos morreram, e a perda de oficiais importantes foi um golpe duro para a estrutura militar do império. O resultado dessa batalha expôs a vulnerabilidade de Roma perante as forças bárbaras e foi um ponto de virada, incentivando outros povos bárbaros a desafiar as defesas romanas nos anos seguintes.

Adrianópolis não significou a queda imediata do Império Romano do Ocidente, mas simbolizou o início de um longo processo de enfraquecimento. A derrota deixou clara a crise militar e organizacional que enfraqueceria o império ao longo dos séculos seguintes, culminando na sua eventual queda em 476 d.C..