EVITADO ESCÂNDALO ANUNCIADO…

Mas há sempre quem tenha visto uma oportunidade na crise. No lugar de ajudar os atingidos, vamos nos adiantar e dar algo para os brasileiros. Alguém, seguramente já com roteiro sendo desenhado na cabeça, lembra que o RS é o principal fornecedor de arroz no Brasil.

 

Ok, a agricultura é uma atividade de risco, e sempre foi, desde que o homem deixou de ser coletor/caçador e virou agricultor e criador. Depende de diversos fatores não controláveis, como o tempo. Chuvas em excesso e secas se alternam, eternamente. E o mercado se ajusta, colheita menor preço maior, é um seguro natural. Colheita maior, preços mais baixos…

 

Bem, mas existe uma oportunidade e vamos ganhar o máximo possível, e rápido! E Brasília rápido é rápido mesmo. No lugar de zerar o imposto de importação de arroz, o governo decidiu importar arroz, vender a um preço inferior ao pago, e a cereja do bolo, vender em sacos com propaganda do governo federal.

 

Resolveram importar 1 milhão de toneladas, a um preço máximo de R$ 5,00 o kilo, e vender a R$ 4,00, estampado no saco, ao lado da marca, governo federal.

 

Com um pouco mais de 1 mês do início do desastre, é realizado o primeiro leilão. São comprados 263,37 mil toneladas, com preço de quase R$ 5,00 o kg. Tudo dentro do previsto.

 

Resultado, para mim sem surpresa, confusão e suspeita. Os ganhadores do leilão foram 4 empresas desconhecidas na área. E a maior vendedora é uma empresa de Macapá, que usa o singelo nome de “Casa do Queijo Minas”, uma pequena loja. 

 

Com a divulgação do resultado o estranhamento! A empresa ganhadora, com o nome Wisley A de Sousa Ltda, vem a publico declarar que, “assumiu este compromisso ciente de que a importação é necessária para reduzir o preço final ao consumidor de um produto essencial na alimentação dos brasileiros”. Estranho, não? O preço de venda já era fixado.

 

Vamos aos números. A Wisley tem 17 anos de existência e faturou no ano passado R$ 60 milhões. Só com essa venda vai faturar R$ 700 milhões. Um crescimento fantástico! 

 

Se procurarem bem, mas não vão procurar, acharão nomes de políticos no negócio. No Amapá é normal. A família de Alcolumbre tem ou esteve em todos os tipos de negócio, desde con

cessionárias de automóveis, hotéis, criação de búfalos, construção civil, etc.

 

Bem, depois de tudo, antes que um escândalo viesse a tona, o Governo Federal cancelou o leilão. 

 

Bem, a boa notícia para Brasília, notadamente, é que parou tudo por aqui. Não haverá investigações, nada. Coloque terra por cima e vamos em frente. Outros negócios virão…