Antes da criação de documentos modernos como carteiras de identidade e passaportes, os Estados antigos usavam uma variedade de métodos para verificar a cidadania e a identidade das pessoas. Esses métodos variavam conforme a época, a cultura e a organização social do Estado em questão.

1. Registros e Documentos Escritos

. Registros Civis e Censitários: Muitas civilizações antigas mantinham registros detalhados de nascimentos, mortes e propriedades. Na Roma Antiga, por exemplo, os censos eram usados para registrar os cidadãos e suas propriedades, fornecendo uma maneira de identificar quem era cidadão.

. Certificados de Cidadania: Algumas cidades-Estado gregas emitiam certificados ou decretos formais que reconheciam uma pessoa como cidadão, muitas vezes após um processo de verificação envolvendo testemunhas ou prova de nascimento.

2. Testemunho e Reconhecimento Pessoal

. Testemunho de Líderes Locais ou Notáveis: Em muitas sociedades, a identidade e cidadania de uma pessoa podiam ser confirmadas por líderes locais, como chefes de vilarejos, líderes religiosos, ou outras figuras de autoridade que conheciam pessoalmente os habitantes.

. Testemunhas: Em disputas legais ou para obter certos direitos, testemunhas respeitáveis que conheciam a pessoa desde a infância poderiam confirmar sua identidade e cidadania.

3. Direito de Nascimento

. Jus Sanguinis (Direito de Sangue): Muitas culturas antigas, como a romana, determinavam a cidadania com base na descendência. Se os pais eram cidadãos, seus filhos também seriam, automaticamente, reconhecidos como tais.

. Jus Soli (Direito de Solo): Em alguns casos, o local de nascimento determinava a cidadania. Na Atenas Antiga, por exemplo, ser nascido na cidade de Atenas era um critério importante para ser considerado um cidadão ateniense, embora também fosse necessário que ambos os pais fossem cidadãos.

4. Aparência e Vestuário

. Vestimenta Distintiva: Em Roma, os cidadãos usavam a toga, um vestuário específico que os diferenciava de não-cidadãos. Isso servia como uma forma visual de identificação.

. Sinais ou Insígnias: Algumas culturas usavam joias, tatuagens, ou outros sinais físicos como marca de status ou cidadania.

5. Participação em Rituais e Deveres Cívicos

. Rituais Públicos: Participação em certas cerimônias ou rituais públicos, como os festivais religiosos em Atenas, podia ser restrita a cidadãos, funcionando como uma forma de verificar a cidadania.

. Deveres Militares: Em algumas culturas, como em Esparta, o serviço militar era uma obrigação exclusiva dos cidadãos, e o desempenho desses deveres confirmava o status de cidadania.

6. Juras de Lealdade

. Juramentos e Votos: Em algumas sociedades, indivíduos eram obrigados a fazer juramentos de lealdade ao governante ou ao Estado, que serviam como prova de sua cidadania e lealdade.

7. Provas de Residência

. Residentes de Longo Prazo: A cidadania podia ser conferida a indivíduos que tivessem residência de longo prazo em uma cidade ou território, demonstrando lealdade e integração à comunidade.

Esses métodos eram muitas vezes complementados por outras formas de verificação, como o conhecimento oral das linhagens familiares, registros religiosos (batismos, por exemplo) e, em algumas culturas, o uso de anéis-selo ou outros objetos pessoais que podiam autenticar a identidade de uma pessoa.