OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE HITLER
As tropas soviéticas tinham atingido os arredores da Potsdamer Platz, perto de onde estava situada a Chancelaria do Reich, no Centro de Berlim, na Alemanha. Abaixo do prédio, entocado em um complexo subterrâneo construído para ser o seu bunker, Adolf Hitler podia ouvir o som das bombas explodindo. Na manhã daquela segunda-feira, 30 de abril de 1945, há 80 anos, o líder nazista e Eva Braun, a amante com que ele se casara na véspera, saíram de sua suíte e começaram a cumprimentar seus auxiliares em silêncio. Todo mundo ali sabia que a hora final do fuhrer havia chegado.
Nomeado chanceler alemão em 1933, depois que o Partido Nazista foi eleito o maior partido do país, o homem que iniciou a Segunda Guerra Mundial e liderou o genocídio de 6 milhões de judeus estava em seu bunker desde janeiro de 1945. Ele decidira se esconder ali quando os russos penetraram seu país a partir da Polônia, e as forças aéreas aliadas massacraram Berlim com bombardeios. No início de abril, algo em torno de 2,5 milhões de soldados de Joseph Stalin tinham invadido a capital alemã e, duas semanas depois, lutavam a apenas centenas de metros do refúgio de Hitler.
Na noite entre 28 e 29 de abril daquele ano, o líder alemão ditou para uma secretária o seu testamento final. No documento, ele repetiu alegações de que nunca tivera a intenção de começar uma guerra e explicou que decidira se matar para não cair nas mãos dos inimigos e de massas populares afim de um “espetáculo promovido por judeus”. Também disse que os corpos dele e de Eva Braun deveriam ser cremados, expressou o desejo de que sua coleção de arte para fosse enviada a uma galeria em Linz, a cidade onde crescera, na Áustria, e de que objetos pessoais fossem para parentes e auxiliares.
Poucas horas depois, Hitler se casou com Eva, a ex-modelo de 33 anos que havia sido sua amante ao longo da guerra. A cerimônia aconteceu na sala de mapas do complexo subterrâneo, na companhia de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda do III Reich, e de poucas outras pessoas. Foi realizada, então, uma pequena festa para celebrar a união, durante a qual, segundo relatos de testemunhas, Hitler relembrou seus momentos de glória, mas admitiu que a guerra estava mesmo perdida e acrescentou que decidira se matar para não permitir que se tornasse prisioneiro dos russos.
Na manhã de 29 de abril, o líder nazista soube da execução de seu principal aliado na Europa, o ditador italiano Benito Mussolini, e de sua amante, Claretta Petacci, no Norte da Itália, naquele mesmo dia. Os corpos do casal foram levados para Milão e, pendurados de cabeça para baixo numa viga de metal na Piazzale Loreto, tornaram-se alvo dos xingamentos e objetos atirados por uma multidão furiosa. As notícias reforçaram em Hitler a decisão de encarar o suicídio como fim mais honroso para ele e Eva.
O fuhrer, então, mandou sua equipe se preparar. Seus guarda-costas destruíram documentos pessoais do líder nazista. Um dos médicos recebeu ordens para dar à cadela de Hitler, Blondi, uma das cápsulas de cianeto que o ditador alemão pretendia usar para acabar com a sua vida e a da sua mulher.
Na manhã do dia 30 de abril, Hitler e Eva se despediram uma última vez de seus assessores e foram para a suíte. À tarde, ela ingeriu uma cápsula de cianureto, enquanto ele mordeu outra cápsula e em seguida deu um tiro na própria cabeça. Os corpos foram levados para um jardim fora da chancelaria, colocados numa vala e encharcados com gasolina. Enquanto bombas russas explodiam cada vez mais perto, os cadáveres do fuhrer e de sua mulher foram incendiados por soldados que, depois, fizeram a saudação nazista e voltaram ao abrigo, deixando os restos de Hitler nas chamas.
foto morte de hitler