OS COMBUSTÍVEIS VERDES, QUE JÁ EXISTEM

No futuro o uso de motores de combustão interna vai diminuir a ponto de se tornar insignificante. Mas não vai sumir. Mas os combustíveis derivados de petróleo serão substituídos por combustíveis renováveis, como por exemplo o etanol e o biodiesel.

Os motores a combustão interna irão ser usados em equipamentos portáteis, como motosserras, pela facilidade de uso em áreas longe do fornecimento de eletricidade, como florestas, e pela facilidade de peso para serem carregadas. Os modelos com motores elétricos têm maior peso, as baterias pesam mais do que combustíveis, para o mesmo tempo de uso.

Mas os combustíveis renováveis não produzem CO2 na hora da queima? Sim, a queima de etanol num motor de um carro libera CO2 na atmosfera. Mas esse CO2 foi retirado da atmosfera, portanto não é CO2 adicionado. Para mais rápido diminuirmos o CO2 da atmosfera o melhor seria não queimar combustível renovável. Porém os vegetais, que absorvem o CO2 da atmosfera, via fotossíntese, também tem um ciclo de vida, nascem, crescem e morrem. Aí é que há um problema, depois de mortos se decompõem, em água, CO2 e até metano, um gás causador do efeito estufa, pior do que o CO2. A produção de metano por decomposição é pequena, mas ocorre.

Então há vantagem em decompor os vegetais via queima deles, como combustível, bagaço de cana é um exemplo, lenha, biodiesel ou carvão vegetal ou seus produtos, etanol e biodiesel. Desta forma só se forma CO2 e água, e ainda produzimos energia, motora e elétrica.

Um exemplo da queima de matéria orgânica é um contrato feito pela Inglaterra, para importar “pellets” de madeira, para queimar no lugar de carvão em termoelétricas mais modernas. Os “pellets” virão dos EUA, e são produzidos a partir de galhos subprodutos da indústria madeireira.

A atual vantagem brasileira na produção de etanol, a partir da cana de açúcar, na qual parte da energia provém de fontes fósseis, diesel para máquinas de colheita e caminhões de transporte, vai sumir. Os EUA são os maiores produtores de etanol, a partir de milho. Para se produzir 6 unidades de energia de etanol a partir da cana, usa-se 1 unidade de energia de combustível fóssil, enquanto hoje para se produzir 1,4 unidade de energia de etanol de milho, usa-se 1 unidade de energia.

Com eletricidade produzida pela queima do bagaço de cana, toda a energia elétrica para a produção do etanol é coberta na usina, e nas usinas modernas, há um excesso que é vendido às distribuidoras. No caso do milho, a balança não é tão favorável. Quando ficar totalmente eletrificado a colheita e o transporte de cana e do milho, essa vantagem vai ficar menor. O milho exige uma etapa com o uso de enzimas, para depois gerar o etanol, já o suco da cana vai direto para a usina de etanol.

Já há no Brasil etanol de segunda geração, usando a hidrólise da celulose existente no bagaço da cana. No lugar do bagaço há outros materiais que contém celulose e podem gerar etanol. No Brasil, no início dos anos 80, foi implantada em Uberlândia, MG, uma fábrica de etanol a partir de madeira, a COALBRA, Coque e Álcool Brasileiro. Fechou em 1984.

Já o biodiesel é produzido pelo mesmo processo no mundo todo. Óleos vegetais são reagidos com etanol e produzindo o biodiesel. Há processos diferentes, um já empregado pela Petrobras, na qual os óleos vegetais são hidrogenados, gerando diesel igual ao do petróleo. O hidrogênio usado será “verde”, hoje é gerado de petróleo. Mas quimicamente são idênticos. Mas ambos os combustíveis renováveis se usados em motores de combustão interna vão ter um eficiência energética aproveitada de 30%, inerentes aos motores aos motores de combustão interna.