Vantablack é uma das substâncias artificiais mais escuras conhecidas, absorvendo até 99,965% da luz visível. O nome é uma abreviação de “Vertically Aligned Nanotube Arrays”, que se refere à sua composição: é feito de minúsculos nanotubos de carbono, cada um cerca de 50.000 vezes mais fino que um fio de cabelo humano. Quando a luz atinge o Vantablack, em vez de refletir, ela fica presa entre os nanotubos, saltando até ser absorvida.

Desenvolvido pela Surrey NanoSystems em 2014, a escuridão intensa do Vantablack cria um efeito visual quase surreal, fazendo com que objetos tridimensionais pareçam planos ou quase vazios. Essa propriedade tem aplicações em campos científicos como telescópios, câmeras infravermelhas e instrumentos ópticos para reduzir a luz difusa e aumentar a precisão. O Vantablack também é conhecido por sua associação com a arte, tornando-se notavelmente um tópico de controvérsia quando o artista Anish Kapoor garantiu direitos exclusivos para seu uso em obras artísticas.

1. Estrutura Nanotecnológica :

Vantablack é composto de nanotubos de carbono que têm entre 14 e 50 micrômetros de altura. Quando a luz atinge sua superfície, ela é refletida para dentro da matriz de nanotubos e acaba sendo absorvida por múltiplos reflexos, o que explica por que quase nenhuma luz escapa, tornando a superfície extremamente escura.

2. Propriedades Térmicas e Resistência :

. Resistência ao calor : Vantablack tem uma capacidade impressionante de suportar altas temperaturas, até cerca de 400 °C , e não sofre danos por mudanças extremas de temperatura.

. Condutividade térmica : Os nanotubos de carbono também conferem alta condutividade térmica , o que significa que ele pode dissipar calor rapidamente. Isso torna o material útil em certas aplicações industriais.

3. Aplicações Científicas e Tecnológicas :

Além do uso em arte, Vantablack tem aplicações importantes em áreas como:

. Astronomia : Revestimentos de telescópios e câmeras para reduzir o reflexo indesejado e aprimorar a detecção de luz estelar fraca.

. Óptica : Sensores e dispositivos ópticos de alta precisão se beneficiam de sua capacidade de absorver luz, com interferências.

. Tecnologia Militar e Aeroespacial : Usada em satélites e sensores para absorver radiação térmica e melhorar o desempenho de sistemas de vigilância.

4. Vantablack VBx e Variantes :

Além da versão original, existe uma versão em spray chamada Vantablack VBx2 , que simula a escuridão do Vantablack mas não é composta por nanotubos de carbono. VBx2 é mais fácil de aplicar em superfícies grandes e é utilizado com mais frequência em design e exposições artísticas. Ele não é tão escuro quanto a versão original, mas ainda assim é extremamente negro.

5. Controvérsia na Arte :

Anish Kapoor : Em 2016, o artista britânico Anish Kapoor obteve os direitos exclusivos de uso de Vantablack em sua obra artística, gerando polêmica na comunidade artística, já que muitos sentiram que esse tipo de exclusividade era contra o espírito da arte compartilhada.

Outros artistas, como Stuart Semple, responderam criando pigmentos extremamente vibrantes e acessíveis, como a “rosa mais rosa do mundo”, em uma espécie de protesto à exclusividade de Kapoor.

6. Efeitos Visuais e Ilusões :

. Anulação da profundidade : Objetos pintados com Vantablack parecem perder todas as características tridimensionais, já que quase toda a luz é absorvida. Isso cria uma sensação de “buraco negro”, tornando difícil para o olho humano distinguir formas ou superfícies, como se estivesse olhando para o vazio.

. Impressão surreal : Isso pode ser muito desconcertante para o cérebro humano, já que nosso sistema visual depende da luz para interpretar a profundidade e o formato dos objetos.

Essas características fazem do Vantablack um material fascinante tanto no campo tecnológico quanto no mundo das artes.