O cemitério de Wadi-us-Salaam (“Vale da Paz”), localizado nos arredores de Najaf, no Iraque, é um dos locais mais sagrados para os muçulmanos xiitas e, ao mesmo tempo, um cenário fascinante e enigmático. Este é o maior cemitério do mundo, estendendo-se por cerca de 1.400 hectares e contendo milhões de túmulos, que continuam a receber novos sepultamentos diariamente. A importância de Najaf se dá pela presença do túmulo de Imã Ali, primo e genro do Profeta Maomé, considerado um dos maiores líderes e mártires do islamismo xiita. A proximidade com o túmulo de Ali faz com que muitos muçulmanos xiitas desejem ser enterrados em Wadi-us-Salaam, pois acredito que isso facilita a entrada no paraíso.

O cemitério é também um local de mistério e espiritualidade intensa. Muitos coveiros que ali trabalham relatam experiências estranhas e angustiantes, mencionando a presença de forças inexplicáveis ​​e, às vezes, até mesmo sentindo-se atacados por energias que interpretam como provenientes dos mortos. Para se protegerem, eles recorrem a amuletos e talismãs, que são vistos como meios para enganar possíveis espíritos perturbados.

No contexto islâmico, além de Deus, existem seres espirituais conhecidos como anjos, que são mensageiros divinos e protetores, e os gênios (ou djinn ).

Essas conversas e relatos fazem do cemitério de Wadi-us-Salaam um lugar sagrado, mas também um ambiente repleto de misticismo e respeito, onde a linha entre o mundo dos vivos e dos mortos parece ser especialmente tênue.