COMO ERAM FEITO OS CÁLCULOS ANTES DA ERA ELETRÔNICA?

Bem, quando me formei, em 1974, já havia calculadoras eletrônicas, para calculos científicos havia duas marcas, a Texas Instruments e a Hewlett-Packard. O problema é que custavam mil dólares da época!

Vou aqui destacar a forma (prática) de resolver equações matemáticas sem computadores ou calcularos científicas, usavamos réguas de cálculo ou tabelas de logarítimos.

Para quem não conhece, a imagem é uma régua de cálculo, a segunda é um livrinho (auto-explicativo) chamado Tábua de Logaritmos.

Vamos lá: quais são as contas matemáticas mais “trabalhosas”, que mais gastam energia para o cérebro fazer? Somas e subtrações são relativamente fáceis, multiplicações e divisões são mais trabalhosas – você usa um algoritmo que combina somas em produtos com muitos algarismos, cálculos de raiz aí são sofridos…

Pois as ferramentas acima transformavam multiplicações e divisões em somas e subtrações! Aí era usar o papel…

Valos supor que você tem que calcular quanto é 256.884.725 multiplicado por 0,668423. Hoje você usa uma calculadora eletrônica, mas antigamente iria chorar para usar umas duas folhas de papel para essa conta de multiplicação…

Usavam a propriedade dos logaritmos, que diz que “a * b = ln a + ln b”! Também vale para logaritmos de qualquer base, só achei mais fácil escrever como logaritmo natural…

Então você acha o valor de cada um dos dois logaritmos (ln 256.884.725 =19,364 e ln 0,668423 = -0,4028), soma os resultados (19,364 – 0,4028 = 18,961), aí faz “e ^ 18,961 =171.655.479,521” que é um resultado bem próximo da conta mesmo (171.707.658,5). Eita, que complicado, Clovis, é isso mesmo? Pois o segredo é que você não calcula os logaritmos (nem a potência de e), só procura os números na tabela! Aí faz as contas de mais e de menos, pega o resultado, volta para a tabela e sai um número muito próximo do que você queria.

Ah, a tábua também trazia os valores de senos, cossenos e tangentes, outros números chatos para calcular…

Você ainda acha esses tesouros em sebos e lojas de antiguidades. E numa catástrofe tipo apocalipse, com a destruição da civilização seria legal não perder esse tipo de conhecimento, vai que te ajuda a escapar do Mad Max!