A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), divulgada nesta semana, mostra que há presença de álcool em pães de forma vendidos comumente no Brasil.

Bem, a princípio não deveria ser nada de anormal. O pão de forma, assim como a maioria dos outros pães são fermentados, e também há poucos pães não fermentados, os pães ázimos. Para se entender melhor, os primeiros pães em há mais de 10.000 anos eram sem fermento, o trigo era amassado e era misturado a água quente para minimizar o amargor. Depois desse processo a massa era levada para secar ao sol. Só há 2.500 anos os egípcios descobriram que se a fosse deixada de um dia para o outro, o pão ficava mais macio, era o pão fermentado.

O fermento era natural, encontrado no ar, uma levedura, chamada cientificamente de Saccharomyces cerevisiae, e chamado popularmente de fermento biológico, que também é usado para a produção de vinhos e cervejas. Assim não é de se estranhar que haja pequenas quantidades de álcool no pão.

Mas ao assar no forno, a temperaturas em torno dos quase 200 graus, o álcool evapora e não se esperava encontrar álcool em pães fermentados.

Acontece que em pães industrializados, para aumentar o prazo de validade, é adicionado, posteriormente ao pão aditivos conservantes, diluídos em álcool. Quando adicionados em excesso, sim fica no pão um pouco de álcool.

O pão com mais mais álcool tinha fatia continha 0,843g, por fatia. Logo cerca de 17 fatias do pão acumulariam 14,3g, o equivalente a uma lata de cerveja.

Não deveria haver álcool nos pães, mas daí a dar prisão na ‘Lei Seca’ há um exagero. Tomou-se uma comparação errada com álcool contido em formulações de fitoterápicos para fazer a equiparação. Basta comer menos de 17 fatias de pão, olhe que foi uma só, desta marca, para seguir livre na ‘Lei seca’. Boa viagem!