BOLAS MISTERIOSAS
Esta gigantesca esfera de pedra, pesando cerca de 60 toneladas, foi descoberta em 2016 na Bósnia, despertando grande curiosidade entre arqueólogos, geólogos e entusiastas de mistérios. Acredita-se que mais de 80 dessas esferas já existiram, mas a maioria delas foi destruída quando rumores se espalharam entre a população local de que poderia haver ouro escondido dentro delas. Hoje, restam apenas oito, embora se especule que outros ainda possam estar enterrados. Entre os que sobreviveram, um em particular se destaca: é o maior já encontrado.
A coloração marrom-avermelhada desta esfera pode indicar um alto teor de ferro, característica que levou alguns especialistas a acreditar que sua formação estava ligada a processos naturais. Entretanto, a interpretação de sua origem está longe de ser unânime. O arqueólogo Semir Osmanagich, conhecido por suas teorias não convencionais, afirma que a esfera foi criada por uma civilização desconhecida, que habitou a região há mais de um milênio. Segundo essa hipótese, a esfera seria produto de uma sociedade antiga, com habilidades avançadas, hoje perdidas no tempo.
Por outro lado, muitos especialistas na área de arqueologia e geologia rejeitam a ideia de uma origem artificial. Segundo eles, a esfera nada mais é do que uma concreção natural: uma formação geológica que ocorre quando minerais como ferro e calcário se acumulam ao redor de um núcleo central, assumindo formas inusitadas, inclusive uma esférica. De fato, muitas concreções apresentam coloração avermelhada devido ao alto teor de ferro, característica compatível com as esferas da Bósnia. No entanto, a questão permanece: como um processo natural pode dar origem a uma “esfera perfeita”? Mesmo entre geólogos, essa questão alimenta o debate.
O fenômeno das esferas de pedra não é exclusivo da Bósnia. Em várias partes do mundo, rochas com formatos surpreendentemente esféricos foram descobertas. Alguns, como os encontrados na América Central, mostram sinais claros de trabalho humano e, portanto, são considerados artificiais, sem dúvida alguma. Outros, como os encontrados na Bósnia ou na Nova Zelândia, não apresentam vestígios de ferramentas e são classificados como formações naturais. Mas, apesar dessa distinção, a incerteza persiste sobre a verdadeira origem dessas esferas, mantendo viva a controvérsia entre a ciência e as teorias alternativas.
Uma coisa é certa, porém: a região dos Balcãs tem uma história muito antiga e fascinante. Antes do último degelo, metade do Mar Adriático consistia em uma vasta planície, provavelmente habitada por comunidades humanas. É, portanto, plausível que sob o mar ou enterrados sob camadas de sedimentos e lama existam vestígios de povoamentos dos quais nunca se falou. Que nível de desenvolvimento essas civilizações antigas alcançaram? Eles poderiam ter criado artefatos que desafiam nossa compreensão moderna, como as enigmáticas esferas da Bósnia?
Enquanto se aguarda mais pesquisas, a questão permanece em aberto. A esfera da Bósnia representa uma oportunidade única para investigar processos geológicos e a história humana antiga, alimentando nossa curiosidade sobre um passado ainda cheio de mistérios não resolvidos.