Essa faceta menos conhecida da história de Barba Negra, cujo verdadeiro nome era Edward Teach, revela um aspecto peculiar da vida desse infame pirata do início do século XVIII. Os navios negreiros, carregados de prisioneiros africanos capturados para o comércio de escravos, eram alvos importantes para Barba Negra não apenas pelos bens valiosos que transportavam, mas também por sua configuração. Sendo grandes, com capacidade para centenas de pessoas, esses navios eram, em geral, lentos e de difícil manobra, ou que os tornavam alvos mais simples para a rápida embarcação pirata de Barba Negra.

Após capturar esses navios, Barba Negra frequentemente libertava os escravizados e oferecia-lhes uma escolha: se quisessem, poderiam se juntar à sua tripulação. Muitos aceitaram a oferta, não apenas pela chance de escapar do destino cruel da escravidão, mas também pela oportunidade de exercer certa liberdade e trabalhar como piratas. Com o tempo, a tripulação de Barba Negra passou a incluir um número significativo de africanos e afrodescendentes, e ele se tornou uma figura festejada entre os escravos fugidos e aqueles que buscavam escapar do tráfico de escravos.

Embora ainda amplamente vista como um fórum da lei violenta, essa história de Barba Negra destaca uma complexidade que poucos associaram ao mundo da pirataria. Para muitos, ele se tornou um símbolo de resistência à brutalidade do comércio de escravos e um herói descoberto entre os marginalizados. Sua tripulação multirracial também refletia a realidade de uma sociedade pirata que, mesmo nascida do caos, abrigava aqueles que eram rejeitados e marginalizados, oferecendo-lhes uma nova chance em troca de lealdade ao código dos piratas.

Essa faceta é apontada como causa principal de sua morte, pois o tráfico de escravos rendia muito dinheiro.