A ANAC NÃO CUMPRE SUA MISSÃO

Segurança é uma coisa básica para os seres humanos. Todos os avanços no que tange à segurança, no início ainda causam alguma rejeição, alguns acham não importante, outros desconfortáveis, enfim somos humanos e como tanto, conservadores…

O cinto de segurança obrigatório em automóveis ainda é hoje recusado por alguns, apesar de seu uso ter salvo muitas vidas comprovadamente.

Quanto mais perigosa a atividade ou o meio no qual o homem se mete, mais rigorosa é a segurança empregada.

Voar foi uma das últimas coisas que fez em meio de transporte. É muito seguro, talvez o meio de transporte mais seguro de todos, por ter normas de segurança bem restritas.

E para atingir isso usou-se uma estratégia simples, cada acidente é estudado e as causas são descobertas. Assim são evitadas, numa espiral de regras que objetivam a segurança máxima no uso desse meio de transporte.

Semana passada houve um acidente aéreo aqui no Brasil. Seguindo as regras internacionais um inquérito foi instaurado. Pelas mesmas normas, o avião em questão portava a famosa ‘caixa preta’, um registro de todos os dados de vôo, e de voz dos aviões durante um voo. Essa análise é fundamental para que, a razão deste acidente seja evitada daqui para a frente.

Hoje nos jornais a notícia. A ANAC, Agência Nacional para Aviação Civil, havia dado o direito para que a Voepass deixasse de registrar 8 tipos de informações na caixa preta. Segundo a ANAC o não registro dessa informações não interferia na segurança do voo. Eu vou além, a própria caixa preta não interfere na segurança de voo de qualquer avião. Ela só serve para quando há um acidente se determinar as causas para evitar acidente semelhante no futuro.

A própria ANAC diz que o inquérito vai ser prejudicado pela ausência dessas gravações. A nota segue dizendo asneiras, como a de que as normas de segurança no Brasil são mais rígidas do que as europeias, e por isso deu 18 meses para que a Voepass ajustasse a caixa preta às normas brasileiras, que a ANAC tem que fazer serem cumpridas. Ao dar 18 meses para a aeronave voar fora das normas da lei, a ANAC não cumpriu sua missão, ponto final.