Esta menina chamava-se Anna Mary Robertson. Durante 78 anos, sua vida foi invisível aos olhos do mundo. Casou-se com um homem chamado Thomas Moses, teve dez filhos e passou décadas limpando casas de famílias ricas. Nasceu em 1860 e viveu como tantas outras mulheres pobres de sua geração — sem holofotes, sem conquistas notáveis, sem grandes feitos.

Mas, aos 78 anos, a viúva Sra. Moses — agora conhecida como Avó Moses — pegou num pincel e começou a pintar. Sem saber que carregava um talento raro, deu cor ao que antes era silêncio. Foi descoberta. Tornou-se um nome. Tornou-se arte. Tornou-se história.

Por 23 anos, foi uma artista reverenciada no mundo inteiro. Uma mulher que perdeu cinco dos seus dez filhos, que trabalhou em silêncio a vida inteira, e que jamais imaginou que a fama e o sucesso pudessem bater à porta de alguém como ela — uma mulher comum, humilde, nascida na pobreza.

Mas bateu.

E ela abriu.

Aos 80 anos, seus quadros estavam em museus, em selos postais, em exposições internacionais.

Aos 100, era um ícone.

Durante quase oito décadas, sua história foi silêncio. Depois, tornou-se legado.

Nunca digas “nunca”.

O extraordinário pode muito bem começar quando todos pensam que o fim já chegou.