As Ilhas Canárias realmente escondem um risco geológico imenso em La Palma, devido ao potencial catastrófico do vulcão Cumbre Vieja. Esse cenário, muitas vezes descrito em termos de um “megatsunami”, é uma possibilidade que chama a atenção de cientistas e sismólogos em todo o mundo. A preocupação central está na estrutura da ilha: o flanco oeste do Cumbre Vieja apresenta sinais de instabilidade, deslizando lenta e gradualmente em direção ao Atlântico. Em caso de uma herança significativa ou de um terremoto de magnitude suficiente, esse pedaço gigantesco da montanha — algo como 500 quilômetros cúbicos de rocha — poderia se desprender e desabar no Oceano Atlântico.

A hipótese de um megatsunami em decorrência dessa penetração de terras é baseada em modelos geofísicos que sugerem que uma massa dessa dimensão, ao mergulhar no mar, poderia deslocar enormes quantidades de água, gerando ondas colossais com altura inicial estimada em até 2.000 metros, que se espalhariam pelo Atlântico a velocidades próximas de 750 km/h. Essa onda de impacto inicial perderia força gradualmente, mas ainda atingiria a costa leste dos Estados Unidos, América do Sul e Europa com altura de 30 a 60 metros em até seis horas.

Um evento de tal magnitude teria consequências devastadoras para áreas densamente povoadas, como Nova Iorque, Boston, Lisboa e Rio de Janeiro, além de pequenos arquipélagos que poderiam ser completamente submersos. A água penetraria até 25 quilômetros terra adentro, gerando destruição e perdas humanas incalculáveis.

É importante notar que esse cenário é uma possibilidade teórica e que há muitos fatores imprevisíveis no comportamento de grandes penetrações e tsunamis. No entanto, a ameaça é levada a sério por pesquisadores, que monitoram a atividade sísmica e vulcânica do Cumbre Vieja para antecipar qualquer mudança significativa em La Palma.