UM PROFETA?
As palavras de Carl Sagan soam tão verdadeiras hoje quanto quando ele as escreveu há trinta anos, pouco antes de sua morte:
“Tenho um palpite sobre uma América no tempo dos meus filhos ou netos — quando os Estados Unidos forem uma economia de serviços e informação; quando quase toda a indústria tiver sido transferida para outros países; quando um poder tecnológico impressionante estiver nas mãos de poucos, e ninguém que represente o interesse público conseguir entender as questões em jogo; quando as pessoas tiverem perdido a capacidade de definir suas próprias prioridades ou de questionar com algum grau de conhecimento aqueles que estão em posição de autoridade; quando, agarrados aos nossos cristais e consultando nervosamente nossos horóscopos, com nossas faculdades críticas em declínio, incapazes de distinguir entre o que parece bom e o que é verdade, deslizaremos, quase sem perceber, de volta à superstição e à escuridão…”
Há algo assustadoramente belo na maneira como Sagan expressa isso. “Incapazes de distinguir entre o que parece bom e o que é verdade, caímos, quase sem perceber, de volta na superstição e na escuridão…”
Parece que a riqueza continua a fluir para as mãos de poucos, enquanto o conhecimento se torna escasso entre uma parcela cada vez maior da população. As pessoas ou seguem seus líderes servilmente ou os odeiam cegamente, tudo é preto no branco, altamente tendencioso e completamente desprovido de nuances. Outros países constroem as coisas que as pessoas precisam e, cada vez mais, também as inventam. Estamos todos testemunhando como a China ultrapassou os Estados Unidos no desenvolvimento da Inteligência Artificial.
A pesquisa científica sob a atual administração americana está sob cerco — e isso custará caro à América em um futuro muito próximo. Se outros países inovarem onde os Estados Unidos estagnaram e deixaram tudo completamente nas mãos do mercado, esses efeitos SERÃO sentidos nos próximos anos.
As palavras de Carl Sagan ressoam hoje com um tom assustadoramente!