UM DESASTRE NATURAL PROVOCADO PELO HOMEM
Havia na Ásia um lago de água salgada, que era tão grande que era chamada de mar, o Mar de Aral.
O Mar de Aral já foi um dos maiores lagos de água salgada do mundo, localizado entre o Cazaquistão no norte e o Uzbequistão no sul, dentro das fronteiras da antiga União Soviética. Sua redução drástica, que começou na década de 1960, é uma das maiores catástrofes ambientais provocadas pelo homem. A causa foi o desvio dos rios Amu Darya e Syr Darya, que alimentavam o lago, para projetos de irrigação de culturas de algodão e outras culturas vegetais na região árida da Ásia, feitos a partir de planos decenais para o desenvolvimento da área, elaborados em escritórios de Moscou.
Hoje, o Mar de Aral está dividido em partes menores, com apenas cerca de 10% do seu volume original de água restante. Essa redução drástica expôs vastas áreas de leito do lago seco, criando um cenário desolado conhecido como o “cemitério de navios”, onde embarcações que antes navegavam suas águas estão agora encalhadas na areia e no barro, evidenciando a gravidade da situação.
Além do impacto visual dos navios abandonados, a situação do Mar de Aral afetou severamente as comunidades locais, com problemas de saúde pública e econômica decorrentes da poeira tóxica elevada pelos ventos do leito seco do lago e da perda da pesca, que antes era uma fonte vital de alimentação e emprego para os habitantes da região. Recentemente, esforços foram feitos para recuperar parte do Mar de Aral, principalmente através da construção de barragens para manter a água na parte norte, que mostrou algum sucesso em reverter o declínio nessa área específica, mas está longe de reverter a situação.