UM CONCEITO JAMAIS PROVADO, O ZERO ABSOLUTO
No século XVII, o estudo dos gases começou a ganhar tração, e os cientistas notaram algo curioso: quando um gás era resfriado, seu volume diminuía de maneira previsível. Esse fenômeno foi formalizado na Lei de Charles (1787), que basicamente diz: “Se você esfria um gás, ele encolhe; se aquece, ele expande.”
A partir daí, os físicos começaram a brincar de projetar tendências matemáticas. Se o volume de um gás diminui linearmente com a temperatura, seria possível prever um ponto onde ele desapareceria completamente? Claro que sim! Bastava extrapolar a linha no gráfico até onde o volume teórico seria zero.
E onde essa linha chegava? Em aproximadamente -273,15 °C. Esse seria o ponto onde teoricamente não haveria mais movimento molecular, e o Universo estaria mais parado do que uma segunda-feira sem café.
– Lord Kelvin Entra no Jogo
O conceito foi sendo refinado ao longo do tempo, mas foi William Thomson, o Lord Kelvin, quem deu aquele toque de sofisticação britânica à brincadeira. Ele percebeu que essa temperatura mínima representava um limite físico fundamental, não apenas uma abstração matemática. Então, o que ele fez? Criou uma escala de temperatura que começava exatamente nesse ponto, o zero absoluto, e a chamou de Escala Kelvin.
Desde então, os físicos tentaram alcançar esse limiar gelado, mas eis um detalhe: é impossível chegar exatamente ao zero absoluto! Sempre haverá alguma energia residual (maldita mecânica quântica e seu princípio da incerteza). O mais perto que chegamos foi uns bilionésimos de grau acima do zero, usando técnicas criogênicas absurdamente avançadas.
– Conclusão: O Zero Absoluto É Real, Mas Inatingível
A descoberta de -273,15 °C como limite térmico foi um triunfo da teoria dos gases e da termodinâmica. A jornada envolveu físicos brilhantes, extrapolações matemáticas ousadas e o entendimento de que, no fundo, o calor nada mais é do que o movimento frenético das partículas. E quando esse movimento cessa, chegamos ao que chamamos de nada térmico absoluto.