RIO COM FLUXO REVERTIDO
O Rio Pinheiros na cidade de São Paulo teve suas margens retificadas (em outras palavras, um rio cheio de curvas originalmente ficou reto!). O objetivo das obras, de 1928 a 1950, era acabar com as inundações, canalizar as águas e direcioná-las para a Represa Billings, invertendo o sentido do rio, com a Usina Elevatória de Traição.
No passado, os rios Grande, Jurubatuba e Pinheiros formavam um único rio, com nascentes situadas na serra do Mar e com a foz no rio Tietê. A construção do barramento que deu origem à represa Billings, na década de 1920, criou uma ruptura em seu curso natural, que descaracterizou a noção de continuidade desses corpos hídricos.
Questionável? Altamente, mas é fato. Isso provavelmente também ajudou a matar o rio, pois o volume de água diminuiu sensivelmente ao mesmo tempo que o volume de esgotos despejados disparou.
Nos tempos coloniais, o rio era chamado de Jurubatuba. Em língua Tupi, o termo significa “lugar com muitas palmeiras jerivás”, por conta da junção de jeri’wa, “jerivá”, com tyba, “ajuntamento”. Ele só recebeu a alcunha de Pinheiros pelos jesuítas, em 1560, quando o grupo criou um aldeamento indígena chamado Pinheiros. O nome veio da grande quantidade de araucárias, também conhecidas como pinheiros-do-brasil, que cobriam a região.
Hoje nem rio, nem peixes, nem navegação (era navegável![1]), nem araucárias… só esgotos…