Frederico I, também conhecido como Barbarossa (Barba Ruiva), foi uma das figuras mais icônicas da Idade Média e um dos soberanos mais poderosos do Sacro Império Romano-Germânico. Ele nasceu em 1122 e reinou de 1155 até sua morte em 1190.

– Ascensão ao Poder

Frederico I era membro da dinastia Hohenstaufen e tornou-se duque da Suábia em 1147. Em 1152, foi eleito Rei dos Romanos (título associado ao herdeiro do trono imperial) e em 1155 foi coroado Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Seu reinado marcou uma tentativa de restaurar a glória do império e de afirmar o poder imperial sobre os senhores feudais e as cidades italianas.

– Conflito com as Cidades Italianas e o Papa

Um dos principais desafios do reinado de Barbarossa foi o conflito com as cidades-Estado italianas do norte, que buscavam independência do controle imperial. Isso levou a uma série de campanhas militares conhecidas como as Guerras Italianas. Em 1176, Frederico sofreu uma derrota significativa na Batalha de Legnano contra a Liga Lombarda, uma aliança de cidades italianas apoiada pelo Papa Alexandre III. Esta derrota forçou-o a negociar a paz e a reconhecer a autonomia das cidades italianas, uma importante limitação ao poder imperial.

Além disso, Barbarossa teve um longo conflito com o papado, que era uma das maiores potências da época. O conflito entre o poder secular dos imperadores e o poder espiritual dos papas foi uma característica definidora do período medieval. Frederico tentou afirmar o controle imperial sobre os Estados Pontifícios, o que resultou em sua excomunhão em 1160. Eventualmente, ele teve que aceitar um compromisso, reconhecendo Alexandre III como papa legítimo.

– Participação na Terceira Cruzada

Em 1189, aos 67 anos, Frederico Barbarossa decidiu liderar a Terceira Cruzada para retomar Jerusalém das mãos dos muçulmanos, após a sua captura por Saladino em 1187. Ele organizou um dos maiores exércitos da cristandade e partiu para o Oriente Médio. No entanto, em 1190, enquanto atravessava o rio Saleph (atualmente conhecido como rio Göksu) na atual Turquia, Frederico afogou-se, supostamente devido ao peso de sua armadura.

– Legado

A morte de Barbarossa foi um grande golpe para a Terceira Cruzada, que prosseguiu sob a liderança de Ricardo Coração de Leão da Inglaterra e Filipe II da França. O legado de Frederico I é complexo: ele é lembrado como um grande guerreiro e líder, mas também como um soberano que falhou em alcançar seus objetivos de restaurar a autoridade imperial plena. Na cultura popular alemã, Barbarossa tornou-se uma figura quase lendária, simbolizando a busca pela unidade e força do império. Diz-se que ele dorme em uma caverna nas montanhas Kyffhäuser, esperando para despertar e restaurar a glória do império, um mito que inspirou nacionalistas alemães durante séculos.

Para finalizar seu nome foi usado por Hitler para nomear o último passo antes da derrota do nazismo. A “Operação Barborossa” foi o nome da invasão da Uião Soviética pelas tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial.