No dia 30 de junho, Thomas Cloyd e Christopher Hughes, dois pilotos da America West Airlines, voaram de Phoenix a Miami.

À noite, eles foram a um bar chamado Mr. Moe’s. com outros três comissários de voo que voariam com eles na manhã seguinte e encheram a cara: tomaram cerca de 10 litros de cerveja. Eles só deixaram o estabelecimento por volta das 5 da manhã e chegaram ao hotel cerca de 30 minutos depois.

Por volta das 9:30, um serviço de transporte os buscou para levá-los ao Aeroporto Internacional de Miami. Hughes atrasou cerca de 20 minutos e parecia desleixado ao entrar no veículo. No aeroporto, ficou evidente que os pilotos não estavam sóbrios. O ápice foi Cloyd se recusar a descartar um copo de café que havia pegado momentos antes do voo quando estava passando pelo raio-x, alegando que essa “porcaria” não se aplicava a ele, ou seja, que ele não precisava cumprir as regras só porque era um piloto!

A essa altura, muitos agentes e operadores do aeroporto já haviam percebido um cheiro de álcool nos pilotos. Então, a polícia foi chamada. No entanto, os pilotos negaram quaisquer acusações e seguiram para o cockpit do Airbus A319 que faria o voo de volta até Phoenix naquela manhã.

Cloyd e Hughes realizaram todos os procedimentos e checklists do Airbus até o momento que procede o pushback. Foi só quando a aeronave já estava pronta para taxiar que polícia ordenou que ela retornasse ao terminal.

Ambos os pilotos falharam num teste de sobriedade e foram presos por operarem uma aeronave intoxicados. Posteriormente, um teste de bafômetro revelou o conteúdo de álcool no sangue deles: 0,091 (Cloyd) e 0,084 (Hughes). Para se ter uma ideia, estavam acima até do limite para dirigir veículos na Florida, 0,08, e a situação piora quando se leva em conta o limite imposto pela FAA (Federal Aviation Administration), que é apenas 0,04.

Não preciso nem dizer que eles foram demitidos no dia seguinte e perderam suas licenças para voar, certo?

A FAA, na época, permitia que pilotos bebessem até 8 horas antes de um voo. Já a empresa, America West Airlines, era ainda mais rígida: só podia beber 12 horas antes do voo. Nota-se que Cloyd e Hughes não estavam nem aí para isso.