A cidade de Óstia, situada na foz do rio Tibre, desenvolveu-se muito cedo em torno de actividades portuárias destinadas a abastecer Roma. Atingiu o seu apogeu no século II d.C. Embora apresente todas as características de uma cidade romana dessa época, possui também uma série de edifícios diretamente relacionados com a sua função principal: armazéns, cais e instalações utilizadas para gerir o porto e organizar o comércio.

Ocupa uma superfície de 70 hectares e conta com uma população de 50.000 habitantes. No entanto, desde o início do Império, a necessidade de abastecer Roma, cuja população chegou a atingir quase um milhão de habitantes, exigia a construção de um porto muito maior e mais bem implantado do que os antigos cais de Óstia. As obras começaram sob o reinado de Cláudio (41-54 d.C.) e foram concluídas doze anos mais tarde sob o seu sucessor, o imperador Nero. Parcialmente escavado e parcialmente rodeado por um dique artificial, tem 1.100 metros de comprimento, 2.500 metros de cais e 4 a 5 metros de profundidade.

Considerado inadequado, o porto foi substituído no reinado de Trajano (98-117 d.C.) por um novo porto, muito mais sofisticado e eficaz, em forma de hexágono com 33 000 metros quadrados, equipado com vastos armazéns e bem ligado ao rio Tibre por um canal. As suas actividades levaram rapidamente ao desenvolvimento de uma nova área urbana, conhecida como Porto. A zona entre Porto e Óstia, ou seja, entre o canal, o Tibre e o mar, formava uma ilha alongada – a “Isola sacra” – sobre a qual foi construída a grande necrópole da cidade recém-criada.