População de origem indo-europeia, de temperamento guerreiro, a tal ponto que Tito Lívio os descreve como rebeldes ferozes e guerreiros. Viviam da criação de ovelhas e da agricultura, com extração de ferro e cobre, na zona do rio Liri, incluindo o baixo Lácio, a alta Campânia e o baixo Molise.

A sua cultura tinha caraterísticas osco-sabelianas.

Tito Lívio e Dionísio de Halicarnasso relatam batalhas volscianas já no tempo de Anco Martius, enquanto Estrabão fala de Tarquínio, o Orgulhoso, reconquistando Suessa Pometia, que tinha caído nas mãos dos volscianos.

A capital do seu território era Antium, a atual Anzio, e falavam o volsciano, uma língua itálica sabeliana.

As cidades de Alatri, Arpino, Ferentino, Anagni e Atina foram transmitidas como fundadas por Saturno ou por Ciclopes, porque estavam rodeadas por muralhas que, devido às suas proporções gigantescas e ao tamanho dos blocos de pedra, só podiam ter sido construídas por Ciclopes, filhos do céu e irmãos de Saturno.

Os seus principais centros eram:

– Arpinum, a atual Arpino, cidade de Cícero e Gaio Marius, a cerca de 3 km da cidade, no cimo de uma alta colina, encontram-se os restos da acrópole à qual se acede através de uma porta ogival, que surpreende pela sua técnica de construção.

– Ferentino, com uma imponente muralha poligonal, construída em parte apoiando os blocos contra o corte acentuado da rocha, com a megalítica Porta Sanguinaria.

– Alatri, com a sua imponente acrópole, onde os enormes blocos de pedra, polidos exteriormente, são colocados sem o mínimo intervalo, como um gigantesco mosaico, e onde os planos de assentamento dos monólitos são escalonados horizontal e verticalmente, de forma anti-sísmica. Na arquitrave da porta menor da acrópole estão esculpidos três falos que Heródoto, no segundo livro das suas “Histórias”, afirma serem símbolos dos Pelasgos.

– Fragellae dei Volsci, colónia romana fundada em 328 a.C. sobre um forte volsciano pré-existente.

– Arx fregellana, hoje Rocca d’Arce, outrora cidadela que guardava os vales do Liri e do Sacco, com vestígios de muralhas poligonais.

– Atina, também fundada por Saturno na mítica Idade de Ouro, juntamente com outras cinco cidades do Lácio que começam pela letra A. Na Eneida, Virgílio incluiu-a entre as cidades que foram em auxílio de Turno contra Eneias. Com muralhas poligonais e um templo de Júpiter incorporado numa igreja.

– Sora, o primeiro centro volsciano do Lácio, com fortificações poligonais. Em “Ab Urbe Condita”, Lívio descreve as batalhas dos antigos Soranos, depois Volscianos, alguns deles vitoriosos, contra o poderio de Roma.

– Frusino, atual Frosinone, habitada pelos volscianos, embora no território dos Ernici, com necrópole volsciana dos séculos VI-VIII a.C.

– Fabrateria Vetus, atual Ceccano, já existente em 330 a.C., situada ao longo das margens do rio Sacco.

– Anxur, acima de Terracina, conquistada pelos Volscianos no século V a.C., que renovaram a antiga cidade etrusca. O templo de Júpiter Anxur, ou Júpiter criança com 12 arcos e templo oracular, remonta ao tempo dos vólscios, depois renovado na época romana.

– Outros centros foram Satricum, Velitrae (Velletri), Setia, Privernum e Casinum.

Logo que os reis foram expulsos, em 509 a.C., Roma teve de enfrentar as invasões dos vólscios vindos do sul do Lácio e, como de costume, levou a melhor, transformando-os em províncias romanas, pelo que os vólscios foram derrotados nas guerras samnitas, participaram sem sucesso nas guerras civis e sociais, fizeram parte da Liga Itálica e perderam as guerras contra Roma, sofrendo perdas de autonomia, recursos e deportações. A sua cultura desapareceu com o processo de romanização, mas enriqueceu a própria cultura romana.