No início do século 20 a comunidade científica ainda não estava totalmente a par dos males que a radiação pode provocar ao corpo. Dessa forma, somente suas características benéficas eram propagadas. E aí temos casos como as “radium girls” (das quais já falei nessa resposta Quem foram as “garotas radioativas”?), supositórios, pilulas e a mais famosa quimera radioativa criada pela indústria farmacêutica: a água radioativa.

A mais famosa delas, a Radithor, era basicamente rádio dissolvido em água. O rádio, por ser um elemento radioativo (ele inclusive recebeu esse nome por ser 2 milhões de vezes mais RADIOativo do que o Urânio) fazia com que os ossos das pessoas que consumiam a água fossem para o caramba.

Garrafas como a da imagem abaixo eram vendidas por 1 dólar em 1920 (uns 17 dólares agora) e tinham como garoto propaganda um tenista sênior de relativa fama na época. O esportista começou a ingerir a água com radiação para tratar de uma fratura no braço e com o tempo teria como que “viciado” naquele composto, bebendo garrafas diariamente por dois anos.

Os resultados são passíveis de se imaginar: o atleta pereceu dos efeitos que o rádio causava no corpo e os resultados são mórbidos demais.

Felizmente os órgãos competentes proibiram a comercialização da água após o incidente. O mais dramático disso tudo era que muitos cientistas já alertavam para os perigos desses compostos, mas a sociedade estava hipnotizada de mais para ouvi-los.