O paradoxo da dicotomia é um dos famosos paradoxos formulados pelo filósofo grego Zenão de Eleia, que viveu no século V a.C. Este paradoxo é uma das várias aporias de Zenão, que pretendiam defender a filosofia de Parmênides, particularmente a ideia de que o movimento e a multiplicidade são ilusões.

– O Paradoxo da Dicotomia

O paradoxo da dicotomia sugere que o movimento é impossível, pois para que algo se mova de um ponto A até um ponto B, deve primeiro chegar à metade do caminho entre A e B. Em seguida, deve alcançar a metade da distância restante, e assim por diante, infinitamente. Como há infinitas metades para percorrer, o objeto nunca poderia, teoricamente, alcançar o ponto B, pois estaria sempre percorrendo uma nova metade.

– Explicação Simples:

Imagine que você precisa caminhar até uma porta a uma certa distância.
Antes de chegar à porta, você precisa chegar à metade da distância.
Depois, precisa chegar à metade da metade que resta.
E assim por diante, ad infinitum.
De acordo com o paradoxo, como você teria que completar um número infinito de passos em um tempo finito, seria impossível alcançar a porta, e, portanto, o movimento nunca poderia realmente começar.

– Implicações Filosóficas e Matemáticas

O paradoxo da dicotomia levanta questões profundas sobre a natureza do espaço, do tempo e do movimento. Ele antecipa conceitos modernos em matemática, como a noção de séries infinitas e limites, que ajudam a resolver o paradoxo.

– Resolução Moderna

Hoje, sabemos que é possível somar uma série infinita de termos e obter um resultado finito, um conceito central no cálculo integral. Por exemplo, a soma das distâncias percorridas (1/2 + 1/4 + 1/8 + …) converge para 1, o que significa que é possível percorrer a distância total e chegar ao destino, mesmo que a jornada envolva uma infinidade de passos.