O MISTÉRIO DAS ‘LAS BOLAS DE PIEDRAS’
As esferas de pedra da Costa Rica, conhecidas como Las Bolas de Piedra, realmente representam um dos grandes mistérios arqueológicos do mundo. Descobertas no Delta do Diquís e em várias outras áreas da Costa Rica, essas esferas são formadas de rochas, como granito, gabbro, calcário e arenito, e variam em tamanho, com algumas tão pequenas quanto 30 centímetros de diâmetro, enquanto a maior delas atinge impressionantes 2,66 metros.
O fato de essas esferas serem tão perfeitas e distribuídas em uma área relativamente pequena do território costa-riquenho levanta questões que ainda não foram totalmente respondidas. A maioria dos arqueólogos associa a criação dessas esferas à cultura Diquís, que floresceu entre 600 e 1500 d.C. Sabemos que os Diquís eram talentosos em diversos tipos de trabalhos manuais e artísticos, e a fabricação dessas esferas pode estar conectada a sua tradição cultural, talvez com significados religiosos ou sociais. No entanto, as ferramentas e métodos exatos utilizados para esculpi-las permanecem desconhecidos.
O fascínio com essas esferas também se conecta à discussão sobre a datação. O método de datação por carbono-14 não pode ser aplicada diretamente a rochas. E, de fato, o que temos são apenas suposições baseadas no contexto em que as esferas foram encontradas e as características associadas à cultura Diquís. A falta de registros escritos por essa civilização contribui para o mistério em torno dessas obras.
Quanto à comparação com outras civilizações antigas, a ideia de que sociedades passadas poderiam ter capacidades que ainda subestimamos é válida. A história humana, de fato, parece ser muito mais complexa do que inicialmente acreditávamos, com novas descobertas frequentemente desafiando nossa compreensão do passado. A possível presença de humanos no continente americano muito antes do que sugeriam as teorias tradicionais, como no caso do povo Clovis, reforça a ideia de que há muito mais a se descobrir.
No entanto, sugerir que civilizações como os Diquís não teriam capacidade de criar as esferas sem ferramentas modernas subestima as habilidades e engenhosidade dos povos antigos. Eles poderiam ter usado ferramentas simples de pedra, madeira ou metal e técnicas repetitivas de polimento e corte para atingir o nível de precisão necessário. Além disso, a motivação para criar essas esferas em uma área tão específica poderia estar ligada a um propósito simbólico ou religioso, algo que não necessariamente seguia a lógica ou a funcionalidade moderna.
Essas esferas nos desafiam a entender as culturas que as produziram e a reconhecer que, apesar de nossa tecnologia moderna, ainda há muito a aprender com as realizações de nossos antepassados. O mistério, com certeza, persiste, e talvez seja essa aura de incerteza que continue a fascinar tanto estudiosos quanto curiosos.