O COMANDANTE ALEMÃO QUE SALVOU PARIS
Paris escapou quase incólume da Segunda Grande Guerra. Foi inteiramente ocupada por tropas alemãs, e foi visitada inclusive por Hitler, em pessoa, que, como um turista qualquer visitou a torre Eiffel!
Mas o destino de Paris poderia ser um dos mais dramáticos e emblemáticos da Segunda Guerra Mundial. À medida que as forças Aliadas avançavam pela França em 1944, Paris estava sob ocupação alemã e sob o comando do General Dietrich von Choltitz, o governador militar da cidade.
Adolf Hitler, ciente de que poderia perder Paris para os Aliados, teria emitido a ordem para destruir a cidade antes que ela pudesse ser liberada. Essa ordem incluía a demolição de monumentos icônicos, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e todas as pontes sobre o Sena. A ordem foi transmitida para von Choltitz, que tinha a reputação de ser um oficial obediente e eficiente, com um histórico de execução de ordens sem hesitação durante suas campanhas anteriores.
No entanto, ao receber essa ordem específica, von Choltitz se encontrou em uma encruzilhada moral. Conhecido como “A Ordem do Campo das Ruínas” (“Der Befehl, Paris zu zerstören” em alemão), essa diretriz teria efeitos devastadores não apenas sobre a arquitetura e o patrimônio da cidade, mas também sobre a população civil. A resposta de von Choltitz ao seu amigo e colega, Hans Speidel, “Obrigado pelo lindo pedido”, foi carregada de ironia, evidenciando a repulsa do general pela ordem.
Eventualmente, von Choltitz escolheu desobedecer a ordem de Hitler. Essa decisão foi motivada por vários fatores, incluindo a futilidade percebida da destruição diante da inevitável derrota alemã, as implicações morais de tal ato, e talvez até mesmo o desejo de preservar sua própria reputação após a guerra. Quando Paris foi finalmente liberada pelos Aliados em agosto de 1944, a maior parte da cidade permanecia intacta, e von Choltitz foi capturado como prisioneiro de guerra.
A decisão de von Choltitz de poupar Paris da destruição é frequentemente vista como um ato de desobediência heroica contra uma ordem desumana, embora sua verdadeira motivação continue a ser um tema de debate entre historiadores.