A história do código de barras começa na primeira metade do século XX e está intimamente ligada à necessidade de melhorar a eficiência em processos de identificação de produtos e transações comerciais. Aqui está um resumo dos principais marcos dessa inovação:

1. A origem da ideia (1940s)

A ideia de um sistema automático para identificar produtos foi concebida nos anos 1940. Dois estudantes da Drexel Institute of Technology, nos Estados Unidos, Bernard Silver e Norman Joseph Woodland, começaram a pensar em uma solução para automatizar o processo de identificação de produtos nas lojas. Eles queriam resolver o problema de supermercados que enfrentavam dificuldades em agilizar o processo de checkout e inventário de mercadorias.

2. O primeiro protótipo (1949)

Inspirado pelo código Morse, Norman Woodland idealizou um sistema que usava linhas paralelas e espaçadas de forma semelhante ao código de pontos e traços. Ele desenhou as primeiras versões do código na areia de uma praia, utilizando uma série de linhas finas e largas para representar os dados.

Em 20 de outubro de 1949, Silver e Woodland patentearam sua ideia, intitulada “Classifying Apparatus and Method”, que descrevia um sistema que usava padrões de linhas concêntricas, semelhante a um alvo. Esse código circular foi a primeira forma do que conhecemos como código de barras.

3. Avanços tecnológicos (Anos 1960-1970)

Embora a patente fosse promissora, a tecnologia da época não permitia uma implementação prática do código de barras. Os leitores ópticos eram caros e pouco confiáveis, e a digitalização de dados era um desafio. Contudo, com o avanço dos computadores e da tecnologia de laser nas décadas seguintes, o código de barras começou a ganhar viabilidade.

Em 1967, a empresa RCA (Radio Corporation of America) desenvolveu o primeiro sistema de escaneamento de código de barras, que foi usado em um supermercado de Ohio. A partir daí, a ideia de automatizar a leitura de produtos se popularizou.

4. O código de barras UPC (1973)

Um marco importante ocorreu em 1973, quando o Uniform Product Code (UPC) foi adotado como padrão para identificação de produtos no setor de varejo dos Estados Unidos. Este código linear, composto de barras verticais de diferentes larguras, foi escolhido pela indústria como o melhor sistema para codificar informações sobre produtos.

A primeira leitura oficial de um código de barras UPC aconteceu em 26 de junho de 1974, no supermercado Marsh’s, em Ohio. O produto escaneado foi um pacote de chicletes Wrigley’s Juicy Fruit, um momento que marcou a consolidação do uso de códigos de barras no comércio.

5. Expansão global (Anos 1980-1990)

Com o sucesso nos Estados Unidos, o uso de códigos de barras começou a se espalhar para outros países e indústrias além do varejo. Na década de 1980, a Europa adotou o sistema EAN (European Article Number), que era compatível com o UPC, mas com um formato de numeração adaptado para atender às necessidades internacionais.

Os códigos de barras passaram a ser usados também em logística, controle de inventário, remédios, e em praticamente qualquer setor que exigisse uma identificação rápida e precisa de itens.

6. Avanços modernos: QR Codes e além (Anos 2000)

Com o advento das tecnologias móveis e a crescente demanda por mais informações armazenadas em menos espaço, surgiram outros tipos de códigos, como o QR Code (Quick Response Code), que foi desenvolvido pela empresa japonesa Denso Wave em 1994. O QR Code é bidimensional, ou seja, armazena informações em duas direções (horizontal e vertical), permitindo que uma maior quantidade de dados seja embutida.

Os códigos de barras evoluíram para atender novas demandas da era digital, sendo utilizados para rastreamento em tempo real, autenticação de produtos, e até mesmo interações com dispositivos móveis.

Conclusão

O código de barras revolucionou a forma como produtos são identificados e vendidos em todo o mundo. Desde sua concepção até os dias de hoje, ele continua sendo uma tecnologia essencial para a economia global, agora complementado por sistemas mais modernos, como o QR Code e a RFID (Radio Frequency Identification). A simplicidade e eficiência do código de barras garantem sua relevância mesmo em meio a novas tecnologias.

A no sistema europeu, o EAN-13 (European Article Numbering), que contém 13 dígitos. Os três primeiros números indicam o país ou organização de produção daquele produto. Os produtos brasileiros tem 789 ou 790 como seu número.