NO SOFÁ COM A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Em palestra durante o Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado no Rio de Janeiro no final de junho, o renomado psicólogo Steven Pinker, professor da Universidade Harvard, apresentou a prática emergente de usar inteligência artificial (IA) para terapias psicológicas. Pinker reconhece que, embora a IA possa cometer erros, ela ainda é uma ferramenta valiosa, especialmente em contextos onde o acesso a terapeutas humanos é limitado ou inexistente. O argumento de que os erros cometidos pela IA, em comparação aos humanos, são frequentemente de naturezas diferentes, e a capacidade de atualização e aprendizado contínuo da IA pode, a longo prazo, melhorar seu desempenho.
Pinker não descarta os benefícios da tecnologia na terapia. Ele enfatiza que a IA pode oferecer assistência constante e imediata, características particularmente úteis em situações de crise ou para indivíduos que vivem em áreas isoladas. Além disso, a IA pode ajudar a desestigmatizar a procura por ajuda mental, proporcionando um ambiente percebido como mais neutro e menos prejudicial.
No entanto, o psicólogo também sublinha a complexidade do tema. Ele aponta que, enquanto a IA pode simular conversas terapêuticas e oferecer conselhos baseados em vastas quantidades de dados, ela ainda não consegue compreender completamente as nuances humanas e o contexto emocional profundo que um terapeuta humano pode captar. Essa falta de empatia emocional real e percepção intuitiva pode limitar a eficácia da terapia judicial por IA em casos mais complexos.