A Microsoft deixou 855 computadores no fundo do oceano por dois anos como parte de um experimento chamado Project Natick, com o objetivo de testar a viabilidade de centros de dados subaquáticos. Esse projeto foi realizado entre 2018 e 2020 e tinha a intenção de explorar se essa abordagem poderia ser uma solução mais eficiente e sustentável para as necessidades crescentes de armazenamento e processamento de dados.

Aqui estão alguns dos principais motivos por trás desse experimento:

1. Eficiência Energética:

Colocar servidores no fundo do oceano reduz a necessidade de sistemas de resfriamento intensivos em energia. Os centros de dados normalmente geram muito calor, e o ambiente subaquático mais frio ajuda a dissipar esse calor de forma natural, sem necessidade de energia extra para refrigeração.

2. Sustentabilidade:

A energia usada para operar os servidores subaquáticos do Project Natick era proveniente de fontes de energia renováveis, como eólica e solar. Isso fazia parte do compromisso da Microsoft de reduzir sua pegada de carbono e se tornar uma empresa mais ecologicamente responsável.

3. Confiabilidade:

O ambiente submerso é controlado e protegido de variações climáticas extremas, poeira e mudanças de temperatura, o que poderia reduzir a chance de falhas em hardware. Ao contrário dos centros de dados terrestres, que enfrentam esses desafios ambientais, o Project Natick apresentou uma taxa de falha muito baixa durante o período do experimento.

4. Proximidade aos Usuários:

Grande parte da população mundial vive perto de costas oceânicas. Centros de dados subaquáticos poderiam ser posicionados em locais estratégicos para reduzir a latência no tráfego de dados, melhorando a velocidade de conexão para os usuários.

5. Escalabilidade e Implementação Rápida:

Um centro de dados subaquático pode ser implantado rapidamente e com menos impacto ambiental do que a construção de um novo centro de dados em terra. Eles podem ser fabricados em massa e transportados para diferentes partes do oceano conforme a demanda.

Conclusão do Projeto:

Após dois anos submersos nas Ilhas Orkney, no norte da Escócia, a Microsoft retirou os servidores e descobriu que eles funcionaram com muito sucesso. Apenas 8 dos 855 servidores falharam, uma taxa bem menor do que a registrada em centros de dados tradicionais. A experiência mostrou que os centros de dados subaquáticos poderiam ser uma solução promissora para o futuro da computação em nuvem, oferecendo maior eficiência e sustentabilidade.

O Project Natick foi um passo inovador para entender como a tecnologia pode se integrar ao meio ambiente de maneira mais sustentável, enquanto atende às crescentes necessidades globais de armazenamento de dados.