EXISTE INTELIGÊNCIA EM DISCUSSÕES SOBRE VIDA NO UNIVERSO?

Só uma pedrona, certo?

Ou não…

Ou, talvez, só isso mesmo.

Em 1996, o antigo presidente americano Bill Clinton fez uma declaração pública baseada em um artigo publicado no mesmo ano pelo astrobiólogo David S. McKay, dizendo que esta pedrona (na verdade, um meteorito) continha evidências de vida extra-terrestre. É, você leu isto direito.

Mais de vinte anos depois dos cientistas da NASA e seus colegas anunciarem que tinham encontrado possíveis evidências de vida marciana no meteorito, chamado agora de Allan Hills 8400, a controvérsia ainda persiste.

O meteorito foi descoberto em 1984 por geólogos que passavam em seus snowmobiles pela região de Allan Hills, na Antártida. Segundo o que foi avaliado pelos cientistas, ALH 8400 se formou há quatro bilhões de anos em Marte e chegou à Terra há treze mil anos.

Após analisarem o meteorito, os pesquisadores sugeriram talvez ter encontrado fósseis microscópicos de Marte. Seu argumento tinha quatro “evidências”, mas a mais importante era a existência de cristais de magnetita no meteorito.

Partículas assim, eles pensavam, não são produzidas por nenhum meio conhecido natural que não seja biológico. Por causa disto, os estudiosos disseram que os cristais deviam ser considerados evidências das formas de vida mais antigas já conhecidas, o que traria enormes implicações relativas à presença de vida no universo. As outras três evidências podiam ser explicadas facilmente por processos que não envolveriam vida extraterrestre.

Em 2012, novas pesquisas mostraram que ondas de choque poderiam gerar cristais de magnetita como aqueles. Esta descoberta enfraqueceu tremendamente a argumentação daqueles que defendiam que os cristais de magnetita do ALH 8400 haviam sido criados por vida. Apesar disto, a pesquisa original não foi completamente refutada.

Logo após o anúncio de 1996 ser feito, Timothy Swindle, um cientista planetário da Universidade do Arizona, conduziu uma pesquisa informal com mais de cem cientistas para saber como a comunidade científica se sentia em relação às suas alegações.

“De modo geral, os cientistas achavam que a vida ter ou não ocorrido em Marte era uma questão em aberto, e eram céticos… Mas ninguém achou a ideia ridícula!” disse Swindle. Ainda assim, suas conclusões levantaram questionamentos ainda maiores.

Décadas depois, os cientistas ainda estão duelando sobre estas descobertas e outras similares.