ENFEITE DE TEMPLOS
Entre 520 e 500 a.C., os artesãos da Magna Grécia, cidades gregas situadas no sul da atual Itália, deixaram-nos uma obra-prima única: o Antefixo de Hera. Este extraordinário achado, utilizado para decorar os telhados dos templos, é muito mais do que um elemento arquitetônico. Representa uma viagem no tempo, entre moda, arte e símbolos antigos.
A figura feminina retratada veste blusa justa, peça inusitada para a época, adornada com motivos geométricos quadrados e suásticas pretas. A suástica, hoje ligada a uma história dramática, na verdade tem origens muito mais antigas e um significado completamente diferente. Derivado do sânscrito “svastika”, era um símbolo de bem-estar, sorte e prosperidade, usado em muitas culturas do mundo antigo.
Esta obra-prima não só testemunha o refinamento artístico dos artesãos gregos, mas convida-nos a refletir sobre a evolução dos símbolos ao longo do tempo. O que resta de seus significados originais? Como eles mudam, adaptando-se a diferentes contextos culturais e históricos?
O Antefixo de Hera é uma janela aberta para o passado, um exemplo de como a arte antiga ainda consegue falar ao homem moderno, revelando não só a estética, mas também a complexidade cultural e simbólica.