A relação entre a Alemanha nazista sob Adolf Hitler e a União Soviética sob Joseph Stalin com a religião é complexa e variada.

– Alemanha Nazista:

Hitler e o Partido Nazista não eram oficialmente ateus. Hitler frequentemente usava linguagem religiosa em seus discursos e escreveu em Mein Kampf que estava agindo em nome de Deus ao perseguir o povo judeu. No entanto, o regime nazista era anticlerical e procurava subordinar a religião ao Estado. A ideologia nazista incluía elementos de pseudociência racial e neopaganismo, e embora alguns líderes nazistas fossem pessoalmente ateus ou agnósticos, Hitler e outros usaram a religião como ferramenta para promover a unidade nacional e a lealdade ao regime. O juramento dos soldados alemães, “Juro por Deus este juramento sagrado”, (“Ich schwöre bei Gott diesen heiligen Eid…” no original), reflete essa estratégia de apelar a uma autoridade superior para consolidar o compromisso com o Führer.

– União Soviética:

A União Soviética, sob Stalin, adotou o ateísmo oficial como parte de sua política de Estado, promovendo uma visão materialista e científica do mundo. A religião foi fortemente reprimida e muitas igrejas foram fechadas, e o ensino da religião foi proibido. Um dos lemas da URSS era que a religião era o ópio do povo. No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial, Stalin apelou ao patriotismo russo, incluindo elementos religiosos para fortalecer a resistência ao invasor nazista. Por exemplo, ele permitiu a reabertura de algumas igrejas e utilizou a Igreja Ortodoxa Russa como uma forma de mobilizar o povo.

Assim, enquanto o regime nazista na Alemanha usava a religião de maneira pragmática e o regime soviético inicialmente promoveu o ateísmo, ambos apelaram a conceitos transcendentais e simbólicos para mobilizar a população durante tempos de guerra e crise.