COMO O URUGUAI AJUDOU OS ALIADOS CONTRA OS NAZISTAS

Como pode ser que uma pequena cidade, no interior do Uruguai, tenha tido papel crucial para a derrota de Hitler, na Segunda Guerra Mundial?

O Uruguai era uma nação neutra no início da guerra. E para uma guerra são necessários armamentos e soldados. O Uruguai não produz armamentos e é um país com poucos habitantes, totalizando cerca de 3,5 milhões hoje em dia.

Como já disse, para uma guerra há necessidade de armas. E armas exigem pólvora para disparar. E os soldados precisam de comida para disparar as armas.

É assim, fornecendo comida que o Uruguai ajudou os aliados a vencer a guerra. O Uruguai tem cerca de 3 vezes mais bois do que pessoas. E campos de pastagens que os alimentam, com um custo baixo, com invernos moderados.

Um grande complexo de processamento de carne enlatada, na cidade de Fray Bentos, complexo esse que havia nascido em 1863, quando a empresa de caldo de carne alemã Liebig decidiu construir uma fábrica na beira do Rio Uruguai com financiamento britânico. Após ser comprada pela companhia britânica Grupo Vestey em 1924, o local foi apelidado de “El Anglo” e passou a exportar carne enlatada para o mundo todo, bem como carne congelada.

Com a guerra na Europa, e as tropas aliadas precisando de comida, as latas produzidas em Fray Bentos, foram distribuídas para as tropas aliadas, ingleses, americanos, canadenses, russos, enfim, talvez mesmo as tropas brasileiras na Itália.

O nome da cidade era também pintado em veículos de combate, que levavam tropas, sugerindo carne enlatada…

Os americanos também enviavam carne enlatada para as tropas aliadas, na marca Spam, abreviação de ‘Spiced Ham’ ou presunto temperado em grande quantidade, que era servido também para a população civil inglesa. O atual Rei Charles admitiu que foi criado a base de Spam.

Durante a guerra, em 1943, cerca de 116 milhões de toneladas de latas de carne foram despachadas por navios da cidade para a Europa. Esse fato fez com que a guerra viesse à América do Sul, com submarinos alemães tentando parar com essa rota de fornecimento.

Com o final da guerra iniciou-se a decadência do complexo, que fechou na década de 70. Em 2015 a Unesco reconheceu o complexo como Patrimônio Mundial e hoje é um centro de ensino e museu.