A expressão “chato de galochas”, muito popular no Brasil, surgiu graças à galocha. Uma galocha é um acessório que se calça por cima do calçado, evitando que este fique estragado pela água. As galochas eram muito usadas nos anos 50 e 60 no interior do Brasil, onde em muitos lugares ainda não havia calçadas. No entanto, ainda hoje, algumas profissões requerem calçado do estilo da galocha.

Alguns autores acreditam que um “chato de galochas” é um chato resistente, característica da própria galocha. Deste modo, mesmo com condições climatéricas adversas, o chato calçava as suas galochas para importunar outras pessoas. Muitas vezes, o chato entrava na casa das pessoas de galochas, molhando e sujando toda a casa do anfitrião, que com certeza ficava desagradado com tal demonstração de desconsideração. Nos dias de hoje, os chatos de galochas não estão necessariamente calçados com galochas, mas a expressão continua sendo usada para descrever pessoas com atitudes desagradáveis.

Na década de 60 era comum, nos dias de chuva, os passageiros que esperavam o ônibus no ponto vestirem sobre seus sapatos a galocha (como no modelo acima). Isso protegia o sapato para não ficar molhado ou encharcado de água da chuva.

Lembro que a pirralhada da época furtava galochas das casas (ficavam expostas nos quintais para secarem) para recortar tiras da borracha para fazer estilingue, pois a borracha era resistente e macia.

Algumas pessoas, prevendo chuvas no dia, mesmo com dia ensolarado, já calçavam as galochas, o que dava um visual de pé de ferro ou de robô, o que recebeu o apelido de pessimista, além do chato de galocha. “Olha o pessimista andando de galocha em pleno sol”.