A tradicional montadora italiana lançou uma estratégia bastante incomum para impulsionar as vendas na Espanha e divulgar o novo Fiat Cinquecento. No entanto, a abordagem escolhida foi tudo, menos convencional: em vez de investir em anúncios tradicionais, a empresa decidiu enviar 50 mil cartas de amor anônimas, escritas em papel cor-de-rosa, endereçadas a “mulheres modernas, independentes e trabalhadoras”.

O conteúdo dessas cartas era tão carregado de elogios exagerados que mais pareciam mensagens de um perseguidor obcecado tentando parecer romântico, do que uma ação publicitária legítima. As cartas diziam coisas como: “Ontem, passei por você na rua e notei o jeito como me olhou com interesse”, ou “Quero estar com você por alguns minutos — prometo que nossa experiência será inesquecível”. Algumas até convidavam a destinatária a viver “uma pequena aventura” com o remetente misterioso. A revelação de que tudo não passava de uma campanha da Fiat só ocorria quatro a seis dias depois, em uma segunda carta, que revelava o remetente: o Fiat Cinquecento.

O resultado foi um desastre completo. Muitas mulheres ficaram profundamente assustadas, achando que estavam sendo perseguidas por alguém real. O jornal espanhol El País relatou que diversas destinatárias passaram a sair apenas acompanhadas ou sequer saíam de casa, trancando-se com medo.

Diante da repercussão negativa e das inúmeras reclamações, a Fiat foi obrigada a interromper a campanha. A empresa ainda recebeu uma multa de 15 mil pesetas (cerca de US$ 98,80 na época), aplicada pelo Tribunal Superior de Zaragoza.

Definitivamente, esse não é o tipo de campanha que se deseja repetir. Quando o público fica tão desconfortável a ponto de mudar sua rotina por medo, é sinal de que a publicidade foi longe demais.