BRASÍLIA NÃO ACREDITA NO ‘NOVO MUNDO VERDE’



Existem duas fontes de gás natural no mundo. O problema principal para o aproveitamento é a necessidade de transporta-lo por dutos, para utiliza-lo no local apropriado. as fontes são:


– Gás Associado: É encontrado junto com o petróleo nas mesmas jazidas. Durante a extração de petróleo, o gás natural é separado e pode ser utilizado ou vendido. Historicamente, esse gás muitas vezes era queimado (flaring) devido à falta de infraestrutura para seu aproveitamento, mas essa prática tem diminuído com o aumento das preocupações ambientais e a valorização do gás como recurso energético. Essa é a principal fonte de gás natural no Brasil, mormente nas Bacias de Campos e de Santos, as duas principais fontes de petróleo, e de gás, no Brasil.

– Gás de Jazida Pura: Este tipo de gás é encontrado em depósitos que contêm apenas gás natural, com uma pequena presença de petróleo, vendida como condensado. As jazidas puras de gás são exploradas exclusivamente para a extração de gás natural, e a infraestrutura de produção é otimizada para este fim e no Brasil a principal jazida da gás natural puro é no Estado do Amazonas, no Campo de Urucu, que abastece a termoelétrica de Manaus. Há também pequenas jazidas no Ceará e no Rio Grande do Norte.

O principal mercado para o gás natural é o setor energético. O gás natural é amplamente utilizado para a geração de eletricidade devido à sua eficiência e menor emissão de poluentes em comparação com outros combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. As usinas termelétricas a gás são rápidas de se ligar e desligar, o que as torna ideais para complementar fontes de energia renovável intermitente, como solar e eólica.

Além da geração de eletricidade, o gás natural é utilizado no aquecimento residencial e industrial, na produção de calor para processos industriais e como combustível para veículos, em sua forma comprimida (GNV) ou liquefeita (GNL).

Bem, quando não encontra mercado energético, o gás natural é usado para a produção de uréia, o principal fertilizante nitrogendo. Isso é feito nos principais países exportadores de ureia que são a Argélia, Rússia, Catar, Nigéria, Emirados Árabes Unidos e Egito que tem gás natural associado, menos o Catar, que tem jazidas de gás puro.

A transformação do gás natural em ureia não apenas oferece uma solução para o excesso de oferta de gás, mas também agrega valor ao recurso natural, diversificando suas aplicações e benefícios econômicos. Outro aproveitamento do gás natural é a produção de metanol, mas o mercado mundial está super ofertado.

A Petrobras tinha 4 fábricas de amônia, mas uma, em Cubatão, fabricava o nitrato de amônia, no lugar de uréia. Duas fábricas usavam gás natural como matéria prima, na Bahia e em Sergipe. A terceira usava um resíduo da refinaria do Paraná. As duas fábricas, da Bahia e de Sergipe foram alugadas a uma empresa privada, a Unigel.

Isso se dá por, no Brasil, haver mercado para o gás natural no mercado energético, e assim o gás natural é caro. Ou se dá subsídios para o custo do gás, ou a uréia será mais cara.

A Petrobras, além de buscar de volta as unidades alugadas à Unigel, vai reativar a fábrica do Paraná, usando gás natural e terminar a construção de uma das fábricas em construção, no Mato Grosso do Sul. Em resumo, a Petrobras vai fabricar uréia mais cara do que a importada. Para não mexer no preço final vai dar subsídio para o gás natural. Produzir insumos de qualquer área, transfere o custo para o governo, para o povo que vai pagar esse subsídio. Sim, o subsídio é gasto, portanto mais imposto.

E o Mundo todo está apostando no hidrogênio verde, feito a partir de eletricidade renovável e água, para produzir a amônia e em seguida a uréia, verdes. Aqui a Unigel implantou uma pequena produção de hidrogênio verde, na fábrica da Bahia. Mas com eletricidade da rede, cara, por ter na tarifa um monte de subsídios.

Para complicar as coisas, apesar da fábrica de amônia poder usar hidrogênio de gás natural ou hidrogênio verde, a fá brica de uréia, o produto final precisa de CO2. Assim o ideal é que as fábricas de amônia/uréia, estejam perto de fábricas de cimento, de celulose ou de usinas termoelétricas de bagaço de cana ou outro resíduo agrícola, que naturalmente produzem CO2, que possibilitaria produzir uréia verde.

Mas, segundo Brasília esse mundo verde será em outra eleição, agora vamos fazer refinarias, que o mundo já não faz mais, e fertilizantes caros, com gás natural subsidiado.