Acabou a Olimpíada de Paris e o Brasil, melhor falando, as brasileiras, trouxeram 3 medalhas de ouro. Todo mundo viu o dourado das medalhas, mas se o ouro é amarelo, por que as jóias de ouro podem ser amarela, rosa ou branca?  

O ouro é um metal conhecido por sua inércia química, ou seja, sua pequena reatividade: não é atacado por O2 e nem por ácidos não oxidantes. Isso garante uma longa vida para objetos feitos com ouro. O ouro é só atacado por ácido nítrico, porém para ser completa a dissolução, só uma mistura de ácido nítrico com ácido clorídrico, na proporção na proporção de 1 parte para 3 partes de ambos. Essa mistura é apropriadamente chamada “água-régia”.

Porém o ouro puro, o chamado ouro 24 quilates é macio demais para ser transformado em jóias para uso, podendo ser deformado ou riscado com facilidade. Assim, em joalheria usa-se ligas de ouro, com no mínimo 18 quilates (75% de ouro), que mantém a peça inerte, não sofre ataque químico de ácidos, e dão a dureza necessária para o uso sem deformação.

Os metais usados para formar o ouro 18 quilates é que conferem a cor final da liga. Os metais usados são também metais com resistência química, o cobre, a prata, o níquel, o paládio, o zinco e outros menos usados.

Para obter ouro de 18 quilates de cor amarelo, usa-se a prata e o zinco. Para ouro rose usa-se o cobre e para o ouro branco usa-se o níquel ou o paládio. Como há um pequeno número de seres humanos com intolerância ao níquel e o paládio é muito caro, as peças de ouro branco são feitas com prata e com um banho eletroquímico de ródio, que dá o brilho.

Bem, há outras ligas de ouro que também conferem outras cores, como a liga com um pouco de gálio ou índio, formando peças azuladas, com 18 quilates. A adição de ferro também dá uma liga azul, mas como o ponto de fusão do ferro é alto, não é usado em joalherias. Há também peças de ouro negro, feitas por deposição eletroquímica de ródio negro, mas são raras.