A VIOLÊNCIA DO RIO DE JANEIRO NOS TEMPOS DE D.JOÃO VI
Com a chegada de dom João VI ao Rio de Janeiro, a cidade teve um crescimento brutal da população, que mais do que dobrou. De 50 mil habitantes passou, quase instantaneamente, a 120 mil habitantes.
Com esse crescimento sem planejamento, roubos e assassinatos aconteciam a todo momento. No porto, navios eram alvos de pirataria. Gangues e arruaceiros percorriam as ruas atacando as pessoas a golpes de faca e estilete. As mortes violentas chegaram a mais do que 4 mortes por dia.
A cidade estava em pânico. Para conter o aumento da criminalidade, Dom João criou em 1809 a Intendência Geral de Polícia da Corte no Rio de Janeiro, e nomeou subcomandante o Major Miguel Nunes Vidigal.
Hoje em dia há ‘balas perdidas’, tiros de armas de fogo, que atingem inocentes. Naquela época o problema eram as ‘pedras perdidas’, que atingiam pessoas e janelas de vidro.
A Intendência Geral, através do seu braço militar, a Guarda Real de Polícia, e usando muita violência controlou a situação.
No romance “Memórias de um sargento de milícias”, publicado em 1854, o escritor Manuel Antônio de Almeida apresenta assim o primeiro brasileiro a assumir a Guarda Real. “O Major Vidigal foi, durante muitos anos, mais que o chefe, o dono da Polícia colonial. Habilíssimo nas diligências, perverso e ditatorial nos castigos, era o horror das classes desprotegidas do Rio de Janeiro”.
A atual favela do Vidigal situa se em terras do Major Vidigal, que morreu aos 98 anos de idade, em 1843.