No exército romano, a vigilância era uma responsabilidade essencial, e adormecer durante a guarda era considerado um dos crimes mais graves, pois comprometia a segurança de toda a unidade militar.

A pena mais comum para essa infração era a fustuarium, um castigo severo aplicado principalmente aos legionários que demonstravam covardia, deserção ou negligência extrema no cumprimento do dever.

A fustuarium consistia em uma execução coletiva: um oficial iniciava a punição golpeando o condenado com um bastão, e em seguida, seus próprios companheiros de unidade o atacavam com cacetes e chicotes até a morte.

Esse método de punição tinha raízes na disciplina férrea do exército romano, descrita por fontes como Políbio (Histórias, VI, 37) e Vegecio (Epitoma rei militaris, I, 13), que ressaltavam a importância do rigor na manutenção da ordem e da eficiência militar.

Em casos raros, o soldado poderia sobreviver à punição, mas as lesões costumavam ser tão graves que resultavam em incapacitação permanente.

Esse sistema disciplinar extremo fazia parte do ideal romano de disciplina militaris, garantindo que a vigilância nunca fosse negligenciada e que a obediência fosse mantida a qualquer custo.