A Irlanda foi  habitada pelos celtas, e era dividida entre vários reinos, sem que houvesse predominância de algum sobre os reinos. No século IV, São Patrício introduziu o catolicismo na ilha, e segundo a lenda expulsou as cobras da ilha. 

Desde 1800 toda a Irlanda fazia parte do Reino Unido, o único momento da história em que foi unida politicamente. O movimento pela independência irlandesa ganhou força no final do século XIX e início do século XX, liderado inicialmente pelo Partido Parlamentar Irlandês, que buscava autonomia política.

A Revolta da Páscoa em 1916 foi um ponto de virada significativo. Apesar de inicialmente malsucedida, ela galvanizou o sentimento nacionalista irlandês. Isso levou à Guerra de Independência da Irlanda (1919-1921) entre os guerrilheiros do Exército Republicano Irlandês (IRA) e as forças britânicas.

O conflito culminou no Tratado Anglo-Irlandês em 1921, que estabeleceu o Estado Livre Irlandês como uma entidade autônoma dentro do Império Britânico, com status de domínio. No entanto, o tratado previa a divisão da ilha em duas: o Estado Livre Irlandês cobrindo a maior parte da ilha e o Ulster (Irlanda do Norte) permanecendo parte do Reino Unido, composto por seis dos nove condados do Ulster, onde havia uma significativa maioria protestante que se identificava mais com a Grã-Bretanha.

A divisão tinha uma forte dimensão religiosa: a maioria na Irlanda do Norte era protestante, enquanto o Estado Livre Irlandês era predominantemente católico. Essa divisão religiosa foi refletida e reforçada por diferenças políticas e sociais, muitas vezes levando a tensões e violência sectária.

A situação na Irlanda do Norte foi particularmente volátil, com décadas de conflitos conhecidos como “The Troubles”, envolvendo nacionalistas/republicanos (principalmente católicos), unionistas/lealistas (principalmente protestantes) e forças do governo britânico. O Acordo de Sexta-Feira Santa de 1998 foi um marco importante, estabelecendo um governo compartilhado e tentando resolver algumas das questões sectárias.

Recentemente, houve mudanças significativas na demografia religiosa na Irlanda do Norte. A população católica está crescendo e, em algumas pesquisas e censo, já supera a população protestante. Isso levanta questões sobre o futuro político da região, incluindo a possibilidade de uma unificação da Irlanda, especialmente em contexto de mudanças como o Brexit.

A questão da unificação da Irlanda ganha nova dimensão com essas mudanças demográficas. A constituição irlandesa prevê a unificação por meios pacíficos, mas qualquer movimento nesse sentido dependeria de um referendo tanto na Irlanda do Norte quanto na República da Irlanda.

A situação continua a evoluir, com a política e a identidade na Irlanda do Norte sendo assuntos de debate constante, tanto local quanto internacionalmente.