A ORIGEM DOS REFRIGERANTES COLA
O que se chama de Cola para com as bebidas gaseificadas (o correto é carbonatadas) como a Coca Cola, a Pepsi e demais “similares”, é na verdade um extrato vegetal proveniente das sementes da Noz de Cola (Cola acuminata e Cola nitida são as principais, mas há também o uso da C.verticilata e C.anomala), que é uma planta da família Sterculiaceae e por isso é possível encontrá-la ainda descrita no gênero Sterculia sp.
Se trata de um conjunto de mais de 140 espécies nativas do continente africano e por isso há muito conhecidas de localidades como Gana, Benin, Nigéria, Serra Leoa e Costa do Marfim, da qual inclusive já tinham usos fitomedicinais reputados contra a fadiga física e/ou mental, da qual são também os usos bem oficializados até hoje nas Monografias e Farmacopéias de referência no mundo.
Nestes países as sementes eram mascadas em muitos rituais, mas também pulverizadas para muitos outros usos como hemostáticos em ferimentos, como um antidiarréico, para suprimir a fome, a sede e até o sono – estes últimos bem elucidados quando se identificou a presença da Cafeína nestes vegetais.
Se algum dia você se perguntou de onde vinha a famosa Coca Cola ou a Pespi Cola, então agora você já pode saber.
De fato o cultivo da Cola ou Noz de Cola ganhou um impulso significativo no século XX, especialmente por conta do uso de suas sementes na fabricação dos refrigerantes clássicos que conhecemos. É curioso destacar que as sementes frescas não tem odor, seu sabor é adstringente e amargo (contém até 10% de taninos para se ter uma idéia), da qual se torna aromática e de sabor peculiar após o processo de secagem.
Afora isso é ainda uma reconhecida fonte de metilxantinas, das quais a já citada Cafeína lhe ocorre em um teor médio de 2,5% (as cifras variam de 1,5 a 3,8% dependendo do cultivar) e explica os efeitos estimulantes das bebidas carbonatadas que lhe incorporam.
Nas origens da famigerada Coca Cola temos o farmacêutico John S. Pemberton, que a constituiu em 1886 à partir de uma mistura dos extratos das folhas de Coca (Erythroxylom cocca) com a Noz de Cola, visando produzir uma bebida de finalidades tônicas.
Entretanto ele se viu obrigado a excluir o extrato de Coca em 1903 por motivos óbvios de que se tratava de uma droga de abuso, mas ainda sim delineou um xarope dos extratos da Noz de Cola e assim consolidou a base de um dos mais icônicos refrigerantes ainda comercializados e que se tornou uma referência não apenas em bebida, como também em hábito e marketing – se alguém duvida disso basta saber que as cores usuais da figura do Papai Noel são parte deste marketing agressivo, na qual as cores vermelho e branco ainda remetem à este refrigerante. E aqui ainda cabe citar que, no intuito de tentar duplicar o sucesso da Coca Cola, um outro farmacêutico, o Sr Caleb D. Bradham, criou sua versão bem adoçada e soborizada em 1898 e que se tornou o concorrente mais direto até hoje: a famosa Pepsi-Cola.
Coca Cola, Pesi-Cola, Pop-Cola ou etc-Cola? Pode parecer refrescante para muitos, mas ainda sim é um exemplo de bebida que não ajuda na saúde de ninguém….e não é à toa que até hoje não faltam provas lhe advogando negativamente por ser diabetogênica, cariogênica, obesogênica…
Assim, quando alguém saborear um refrigerante ou qualquer doce de Cola, pode ficar tranquilo (em parte) que não se trata mesmo de alguma cola usual de trabalhos escolares, mas de um extrato vegetal há muito conhecido da humanidade e que, afora as lendas urbanas que alguns ainda veiculam, não há cocaína e tampouco um segredo a 7 chaves para com esta bebida. O fato da Noz de Cola ainda ser um reputado fitoterápico com aplicações bem delimitadas, não significa em hipótese alguma que os refrigerantes substituem um medicamento de sua composição e por isso não se deixe iludir.