A ESPANHA NO CAMINHO DA ELETRICIDADE VERDE

A Espanha está se tornando uma campeã na geração de energias renováveis, tendo como meta atingir 81% de energias renováveis no total de consumo nacional. No setor industrial a meta é ter 34% das suas necessidades atendidas por energia verde, também em 2030. No setor de transporte a Espanha já tem 6% de sua frota eletrificada.

Mas esse caminho não é feito sem problemas. Um deles é o descasamento entre geração e consumo, que devem ser iguais, ou ter um sistema robusto de armazenamento da energia gerada e não consumida. Como não há ainda sistemas de baterias, e durante o dia a geração solar é mais forte, há uma sobra de geração. Como o sistema tem que consumir o que é gerado, o preço dessa energia é diminuído, chegando a ser zerado, o que é um fator de risco. A Espanha tem que aumentar a capacidade de armazenar esse excedente, para manter o equilíbrio entre oferta e demanda.

Bem, como eu já disse, neste aspecto, a posição do Brasil é muito boa. Nosso sistema energético já tem mais de 84% de sua eletricidade renovável em sua matriz, e com 55% da energia total produzida sendo de origem hidroelétrica temos capacidade de armazenamento já instalada.

O problema do Brasil é Brasília, com sua voracidade em, por um lado recolher impostos e por outro lado na sua capacidade de oferecer subsídios, que são pagos por toda a população, em detrimento de poucos. O custo real da energia gerada no Brasil é baixo, um dos mais baixos do mundo, mas outros custos e encargos montam 70% do preço ao consumidor, fazem a energia ficar cara.

No preço da energia 50% são impostos e encargos, coisa que não acontece nos países desenvolvidos, atrapalhando a nossa competitividade.