O Primeiro Império Babilônico, que floresceu entre 1792 e 1595 a.C., foi uma das civilizações mais importantes e influentes da antiga Mesopotâmia. Localizado na região sul do atual Iraque, entre os rios Tigre e Eufrates, teve seu auge sob o reinado do famoso rei Hamurabi.

A Babilónia, originalmente uma pequena cidade-estado, ganhou destaque após o declínio da Terceira Dinastia de Ur. Foi com a chegada dos amoritas, um povo de origem semita, que a Babilônia começou a se consolidar como potência. A dinastia amorita estabeleceu-se na cidade por volta de 1894 a.C., mas o verdadeiro ponto de virada veio com o reinado de Hamurabi (1792-1750 a.C.). Este era um líder militar astuto e administrador competente, conseguiu expandir os domínios da Babilónia de forma significativa. Através de alianças e conquistas militares, ele unificou grande parte da Mesopotâmia, estendendo seu império do norte da Assíria até o sul da Caldeia, controlando as terras banhadas pelos rios Tigre e Eufrates e até mesmo o acesso ao Golfo Pérsico.

O período de Hamurabi é considerado o apogeu do Primeiro Império Babilônico. Além de suas proezas militares, Hamurabi é mais conhecido por seu Código de Hamurabi, um dos mais antigos e completos conjuntos de leis da história. Gravado em uma estela de diorito (atualmente no Museu do Louvre, em Paris), o código consistia em 282 artigos que regulavam diversos aspectos da vida social, econômica e jurídica.

O Código de Hamurabi tinha como base o princípio do “olho por olho, dente por dente” (Lei de Talião), embora as punições variassem de acordo com a classe social do infrator e da vítima (homens livres, cidadãos livres e escravos). Ou seja, retrata uma sociedade estratificada e hierarquizada. Sua criação foi fundamental para unificar o vasto império e garantir uma administração mais justa e padronizada.

Após a morte de Hamurabi em 1750 a.C., o Primeiro Império Babilônico começou a declinar. Seus sucessores enfrentaram desafios internos, como rebeliões, e pressões externas. A instabilidade política levou a uma fragmentação do império. O fim do Primeiro Império Babilônico ocorreu em 1595 a.C., quando os hititas, um povo vindo da Anatólia, invadiram e saquearam a cidade da Babilônia, marcando o fim dessa dinastia e o início de um período de dominação por outros povos, como os cassitas.

(Os jardins suspensos. Esta gravura holandesa recria os lendários jardins da Babilônia, cuja visão, segundo se dizia, confortou a nostálgica esposa de Nabucodonosor.)