O SAL DO HIMALAIA
Li um relato recentemente que achei tão curioso quanto revelador — e resolvi compartilhar aqui. Uma pessoa, intrigada com o tão falado sal rosa do Himalaia, resolveu colocar a coisa à prova no laboratório. Todo mundo fala sobre esse sal como se fosse um presente místico das montanhas, cheio de benefícios, pureza e energia ancestral — quase um cristal sagrado em forma de tempero.
Então ele decidiu fazer o que qualquer curioso com acesso a instrumentos faria: testar.
Pegou 1 litro de água destilada e começou a dissolver o sal rosa, cuidadosamente pesado. Resultado? 400 gramas dissolvidas completamente, mas quem entende um pouco de salmoura sabe: o sal marinho comum geralmente satura em torno de 375 g/l.
Algo estava fora do padrão. Por que o sal do Himalaia parecia dissolver mais?
Após evaporar a água e deixar o sal cristalizar, veio a surpresa: sobrou um resíduo castanho, flutuando por cima dos cristais… mandou analisar. Resultado? Barro. Argila. Terra. A partir daí, ele foi investigar a origem real desse sal “mágico”.
O famoso sal rosa do Himalaia não vem diretamente do Himalaia, como sugere o marketing. Ele é extraído da mina de Khewra, no Paquistão, um local onde trabalhadores recebem salários miseráveis e atuam em condições insalubres, o sal extraído ali é, muitas vezes, rejeitado pela indústria, por conter impurezas como ferro, barro e argila — o que o torna inadequado para diversos usos técnicos.
Mas sabe onde ele acaba? Na sua mesa, em potes bonitos. Vendido a preços altos, com rótulos que prometem saúde, equilíbrio e até energia.A lição?
Nem tudo que brilha é ouro — ou rosa, ás vezes, o que vendem como algo “natural”, “ancestral”, “milagroso” é só marketing sobre lama…desconfie das promessas fáceis. Questione as origens e investiguem o que colocam na sua comida, pois, no fim, o que parece exótico… pode ser só barro bem embalado.