O HIDROGÊNIO VERDE NAS FALAS DE MINISTRO VIRA FAKE NEWS

Houve uma época, no início do  século, que a indústria automotiva ‘descobriu’ que o uso de hidrogênio como combustível automotivo, não gerava CO2.

As maiores fábricas começaram a pesquisar o hidrogênio. Mas a líder no mercado mundial deu um passo avante. No lugar de usar o hidrogênio em motores de combustão interna, usou uma célula de geração de eletricidade. E a aplicou em um carro elétrico. E assim em 2015 iniciou a venda do modelo Mirai na Califórnia.

Fez um convênio com a Shell, para construir postos de venda de hidrogênio, foi seguida da Hyundai com o modelo Nexo e do Honda com o Clarity. Foi um fracasso monumental. Hoje a rede de venda de hidrogênio diminuiu, a Shell bateu em retirada e as vendas de carros a hidrogênio despencaram.

Ainda não havia sido desfraldada a bandeira do “Hidrogênio verde”. O hidrogênio que movia esses carros era produzido a partir de gás natural, o Hidrogênio Cinza, que era então barato. Bem, para produzir hidrogênio de gás natural, é produzido CO2, mas isso não aparecia no noticiário.

Um dos pontos fracos do projeto era a logística do hidrogênio. É altamente inflamável e é manuseado sómente a altas pressões. Não havia estoques nos postos, que eram abastecidos por caminhões que levavam o hidrogênio pressurizado.

Nem mesmo o aparecimento do “Hidrogênio Verde”, feito de energia renovável e água, reaqueceu o mercado do Mirai. Pensando bem, é lógico. A energia elétrica no lugar de produzir hidrogênio pode acionar os carros elétricos convencionais, simples assim.

Já disse que o “Hidrogênio Verde” só serve para fazer fertilizantes, amônia, uréia e nitrato de amônio.

Hoje, nos jornais surge a notícia. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, orgulhosamente avisa que a Ibredola, empresa espanhola, através de sua subsidiária brasileira Neoenergia, vai construir uma unidade piloto de “Hidrogênio Verde” em Brasília.

Com um investimento de 30 milhões de dólares, R$ 170 milhões, vai produzir o “Hidrogênio Verde” e criar uma rede para abastecer ônibus e automóveis, e assim, Brasília será pioneira no uso desse tipo de combustível.

Para mostrar que a notícia é verdadeira, o Ministro Silveira fez o anúncio ontem, diretamente da cidade de Puertollano, na Espanha, onde a Iberdrola produz “Hidrogênio Verde” destinado a uma fábrica de fertilizantes nitrogenados!

Eu já disse aqui, o “Hidrogênio Verde” só serve para fazer fertilizantes, o que é muito importante. A Ibredola sabe disso, e na Espanha faz fertlizante… O Ministro só quer saber de sair nos jornais, o que é uma pena. E ele é Ministro das Minas e Energia!