O ROUBO DO OBRAS DE ARTE PELOS NAZISTAS

Durante a Segunda Guerra Mundial, a pilhagem de obras de arte pelas forças nazistas foi um dos maiores saques culturais da história. Milhares de pinturas, esculturas e outros objetos de valor foram confiscados de museus, galerias e coleções particulares, principalmente pertencentes a judeus. Este artigo examina o processo de saque, os principais envolvidos, e as atuais tentativas de restituição dessas obras por descendentes dos proprietários originais.

– O Contexto do Saque

Os nazistas, sob o comando de Adolf Hitler e Hermann Göring, implementaram uma política sistemática de roubo de arte com o objetivo de construir o Führermuseum em Linz, Áustria. Eles acreditavam que essas obras pertenciam ao Reich e deveriam ser reunidas para glorificar a cultura alemã. A ERR (Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg), uma organização especial dedicada ao confisco de arte, desempenhou um papel crucial nesse saque.

– Obras Famosas Roubadas

Entre as obras mais icônicas roubadas estão:

. “Retrato de Adele Bloch-Bauer I” de Gustav Klimt: Confiscada de Ferdinand Bloch-Bauer, a pintura ficou famosa pelo seu retorno à sobrinha de Ferdinand, Maria Altmann, após uma longa batalha legal.

. “O Astrônomo” de Johannes Vermeer: Originalmente pertencente a Édouard de Rothschild, foi recuperada após a guerra e devolvida à família..

. “A Noiva Judia” de Rembrandt: Esta e outras obras de Rembrandt foram confiscadas e mais tarde retornaram aos seus donos legítimos.

– A Recuperação Pós-Guerra

Após a guerra, os Aliados criaram o Monumentos, Belas Artes e Arquivos (MFAA), também conhecidos como “Monuments Men”, para recuperar e devolver as obras saqueadas. Embora muitas peças tenham sido recuperadas, milhares ainda estão desaparecidas ou em disputa.

– Desafios na Restituição

A restituição de obras de arte roubadas enfrenta vários desafios:

. Provas de Propriedade: Muitas vezes, a documentação foi destruída ou perdida durante a guerra.

. Leis e Regulamentações: Diferentes países têm legislações variadas sobre restituição, o que complica o processo.

. Resistência dos Possuidores Atuais: Alguns museus e colecionadores relutam em devolver as obras, alegando compras de boa-fé.

– Casos Recentes

Nos últimos anos, vários casos notáveis de restituição ganharam as manchetes dos jornais, com a descoberta de um tesouro de obras de arte na casa de Cornelius Gurlitt, filho de um marchand de arte nazista, trouxe à tona muitas peças saqueadas. Várias dessas obras estão em processo de retorno aos descendentes dos donos originais.

Também houve a Batalha Legal de Maria Altmann e a sua luta para recuperar o “Retrato de Adele Bloch-Bauer I” de Klimt, que foi dramatizada no filme “Woman in Gold”.

Outro caso, esse recentíssimo é o do Museu Kunsthaus Zürich, na Suiça, que vai retirar de suas mostras quadros de Claude Monet e Vincent van Gogh, que pertenceriam a Coleção Emil Bührle, um fabricante da armas para a Alemanha nazista. O caso pode iniciar uma nova batalha para devolução dessas obras.