Durante a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), houve uma grande influência da cultura espartana sobre os atenienses, que, curiosamente, admiravam várias características dos seus inimigos. Embora Atenas e Esparta fossem rivais ferozes, muitos atenienses passaram a imitar aspectos da vida espartana, como o estilo de vestimenta, dieta e até a forma de cortar (ou deixar crescer) o cabelo.

Os atenienses, tradicionalmente vistos como mais refinados e cosmopolitas, adotaram o costume de deixar o cabelo crescer, buscando um aspecto nobre e imponente que era característico dos espartanos. Além disso, a famosa disciplina e a austeridade espartana, expressas por uma dieta simples e rigorosa, sem excessos de comida e bebida, começaram a influenciar o modo de vida de muitos cidadãos atenienses. Essa “dieta espartana” era marcada pela moderação e pela resistência a tentações, reforçando uma imagem de força e autocontrole.

Essa admiração pela cultura do inimigo refletia a complexa relação entre Atenas e Esparta, onde, apesar do conflito, as qualidades atribuídas aos espartanos eram vistas como desejáveis.